sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

10 de dezembro - Devocional Vespertina

O Senhor lhe abriu o coração - Atos 16:14

Há muitos pontos interessantes na conversão de Lídia. Sua conversão se deu em circunstâncias providenciais. Ela era vendedora de púrpura, da cidade de Tiatira, mas, justamente no momento apropriado para ouvir o apóstolo Paulo, nós a encontramos em Filipos; a providência, que é serva da graça, conduziu-a ao lugar certo. Além disso, a graça estava preparando a alma de Lídia para ser abençoada – a graça preparando para a graça. Ela não conhecia o Salvador, mas como judia ela conhecia muitas verdades que foram excelentes pontos de partida para que conhecesse a Jesus. Sua conversão ocorreu com o uso dessas verdades. No sábado, ela foi ao lugar onde as orações costumavam ser feitas, e lá sua oração foi ouvida. Nunca negligencie os meios de graça; Deus pode nos abençoar quando não estamos em Sua casa, mas temos muito mais motivos para esperar que Ele o faça quando estamos em comunhão com os Seus santos. Observe as palavras: "O Senhor lhe abriu o coração."  Ela não abriu o próprio coração. Suas orações também não, nem Paulo. É o Senhor mesmo quem deve abrir o coração para receber as coisas que contribuem para a nossa paz. Só Ele pode colocar a chave no buraco da fechadura e abrir a porta para Ele mesmo entrar. Ele é o senhor do coração da mesma forma que é o criador. A primeira evidência externa do coração aberto por Jesus foi a obediência. Tão logo creu em Jesus, Lídia foi batizada. É um doce sinal de humildade e quebrantamento de coração quando um filho de Deus está disposto a obedecer uma ordem que não é essencial para a sua salvação, que não é imposta a ele por um medo egoísta de condenação, mas como um simples ato de obediência e comunhão com o Mestre. A evidência seguinte foi o amor, manifestado em atos de bondosa gratidão para com os apóstolos. O amor pelos santos sempre foi uma marca do verdadeiro convertido. Aqueles que nada fazem por Cristo ou por Sua igreja dão apenas demonstrações lamentáveis de um coração "aberto". Senhor, dá-me sempre um coração aberto.

Charles Haddon Spurgeon

 Tradução: Mariza Regina de Souza

2 de dezembro - Devocional Matutina

Tu és toda formosa, querida minha. - Cantares 4:7

A admiração do Senhor pela Sua Igreja é realmente maravilhosa, e a descrição que Ele faz da sua beleza é ardente. Ela não é somente formosa, mas "toda formosa". Ele a vê em Si mesmo, lavada no sangue da Sua expiação e vestida com a justiça dos Seus méritos, e a considera cheia de graça e de beleza. Isso não é de se estranhar, uma vez que é a Sua própria excelência que Ele admira; pois a santidade, a glória e a perfeição da Sua igreja são as Suas gloriosas vestes no corpo da Sua bem-amada esposa. Ela não é simplesmente pura ou bem talhada; ela é realmente bela e adorável! Seus méritos são verdadeiros! As deformidades do pecado foram removidas; e mais, a justiça que ela obteve pelos méritos do Seu senhor é o que lhe confere beleza real. A verdadeira justiça é dada aos crentes quando lhes é “concedida graça no Amado” (Efésios 1:6). A igreja também não é só encantadora, é muito, muito mais do que isso. Seu Senhor a chama de "a mais formosa entre as mulheres" (Ct. 1:8). Ela possui uma dignidade real e uma excelência que não podem ser rivalizadas nem por toda nobreza ou realeza do mundo. Se Jesus pudesse trocar Sua noiva eleita por todas as rainhas e imperatrizes da terra, ou mesmo pelos anjos do céus, Ele não o faria, pois, para Ele, ela é superior a todas as outras - "a mais formosa entre as mulheres". Como a lua, ela excede em brilho as estrelas. Ele também não se envergonha da sua opinião, pois convida a todos para ouvi-la. Ele usa a expressão “como” antes da afirmação, uma exclamação especial, que atrai e chama a atenção. "Como és formosa, querida minha, como és formosa!" (Ct. 4:1). Agora Ele divulga amplamente a Sua opinião, mas um dia, no trono da Sua glória, Ele irá declarar essa verdade diante de todo o universo reunido. "Vinde, benditos de meu Pai!" (Mt. 25:34), será Sua solene afirmação sobre a beleza da Sua eleita.

Charles Haddon Spurgeon

Tradução:  Mariza Regina de Souza

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

26 de novembro - Devocional Matutina

Tudo quanto te vier à mão para fazer, faze-o conforme as tuas forças. - Eclesiastes 9:10

“Tudo quanto te vier à mão para fazer" se refere às coisas possíveis de serem feitas. Há muitas coisas que nosso coração decide fazer, mas que jamais faremos. É bom que esteja em nosso coração; mas, se quisermos ser realmente úteis, não devemos nos contentar só com o planejamento do coração e a discussão dos planos; devemos realizar praticamente "tudo quanto vier às nossas mãos." Uma boa obra tem muito mais valor do que mil teorias brilhantes. Não esperemos por grandes oportunidades, ou por um tipo diferente de trabalho, mas façamos justamente as coisas que "vêm às nossas mãos" no nosso dia a dia. Vivemos no presente momento, não temos outro tempo. O passado já se foi; o futuro ainda não chegou; jamais teremos outro tempo, exceto o presente. Portanto, não espere até chegar à maturidade para tentar servir a Deus. Esforce-se agora para produzir frutos. Sirva a Deus já, mas tome cuidado com a maneira como vai fazer aquilo que encontrar: "faça-o conforme as suas forças". Faça-o prontamente, não desperdice a vida pensando no que pretende fazer amanhã, como se isso pudesse recompensar a indolência de hoje. Ninguém jamais serviu a Deus fazendo as coisas no dia seguinte. Se honramos a Cristo e somos abençoados, é pelas coisas que fazemos hoje. Faça o que fizer por Cristo, coloque nisso toda a sua alma. Não dê a Cristo um trabalhinho desleixado, feito de qualquer maneira; mas quando servi-Lo, faça-o com o coração, com a alma, e com força.
Mas onde está a força do cristão? Ela não está nele mesmo, pois ele é pura fraqueza. Sua força repousa no Senhor dos Exércitos. Busquemos, pois, o Seu auxílio; prossigamos com oração e fé e, quando tivermos feito tudo quanto "veio às nossas mãos", esperemos no Senhor pela Sua bênção. O que fizermos, então, será bem feito, e não será em vão.

Charles Haddon Spurgeon

Tradução:  Mariza Regina de Souza

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

12 de novembro - Devocional Matutina

O valor da vossa fé - I Pe. 1:7

A fé não provada pode até ser verdadeira, mas com certeza é uma fé bem pequena, e é provável que continue assim até que seja testada. A fé nunca se desenvolve tanto quanto na época em que todas as coisas estão contra ela: ela é treinada pelas tempestades e iluminada pelos relâmpagos.  Quando reina a calmaria, você pode içar as velas como quiser que o navio não vai para o porto, pois num oceano adormecido a embarcação também adormece. Que rujam os ventos com ímpeto e elevem-se as águas do mar;  e,  então,  mesmo que o navio oscile,  o convés seja lavado pelas ondas e o mastro ranja sob a pressão das velas enfunadas, só então ele avançará em direção à tão almejada enseada. Não há flores de um azul tão exuberante quanto as que crescem ao pé das geleiras; não há estrelas tão cintilantes quanto as que brilham no céu polar; não há águas tão doces quanto as que brotam nas areias do deserto; e não há fé tão preciosa quanto a que vive e triunfa na adversidade. A fé provada traz experiência. Você não teria acreditado na sua própria fraqueza se não tivesse sido forçado a atravessar os rios; e jamais teria conhecido a força do Senhor se não tivesse sido carregado por Ele no meio da enchente. Quanto mais exercitada nas tribulações, mais a fé cresce em consistência, segurança e intensidade.  A fé é preciosa, e sua provação também.
No entanto, não vamos deixar que isso desencoraje aqueles que são novos na fé. Você terá provações suficientes sem procurar por elas: a medida certa lhe será dada no devido tempo. Enquanto isso, se você ainda não pode declarar os frutos de uma longa experiência, agradeça a Deus pela graça que já tem; louve-O pela grau de santa confiança que você já adquiriu. Caminhe de acordo com esse preceito e você será cada vez mais abençoado por Deus, até que sua fé remova montanhas e conquiste o impossível.

Charles Haddon Spurgeon

Tradução: Mariza Regina de Souza

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

21 de janeiro - Devocional Matutina

Todo o Israel será salvo - Rm. 11:26

Quando Moisés cantou no Mar Vermelho, foi de alegria por saber que todo o Israel estava a salvo. Nenhuma gota respingou daquela muralha até que o último filho de Israel tivesse colocado o pé em segurança do outro lado do mar. Isso feito, imediatamente as águas se derramaram novamente sobre seu leito, mas não até então. Uma parte daquela canção dizia: "Com a tua beneficência guiaste o povo que salvaste". Quando, pela última vez, os eleitos entoarem a canção de Moisés, o servo de Deus e do Cordeiro, a glória de Jesus será: "Não perdi nenhum dos que me deste." No céu, não haverá trono vazio.

Pois toda a nação escolhida
Se reunirá ao redor do trono
Bendirá a ação da Sua graça
E tornará Sua glória conhecida.

Todo aquele a quem Deus escolheu, todo aquele a quem Cristo redimiu, todo aquele a quem o Espírito chamou, todo aquele que crê em Jesus, irá cruzar em segurança o mar dividido. No entanto, não teremos todos chegado a salvo em terra firme enquanto

Parte da multidão tiver cruzado as águas
E parte ainda estiver cruzando.

A vanguarda do exército já alcançou a costa. Nós, porém, ainda marchamos pelas profundezas; estamos seguindo firmemente o nosso Líder no meio do mar. Tenhamos bom ânimo: a retaguarda em breve estará onde a vanguarda já está; o último dos escolhidos logo terá atravessado o mar, e então será ouvida a canção de triunfo, quando todos estiverem seguros. Oh, mas se faltasse alguém - oh! se uma única pessoa da família escolhida naufragasse - haveria eterna dissonância no cântico dos redimidos, e as cordas das harpas do paraíso se romperiam de tal forma que nunca mais poderiam emitir qualquer som.

Charles Haddon Spurgeon

Tradução: Mariza Regina de Souza

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

28 de janeiro - Devocional Matutina

Perfeito em Cristo - Colossenses 1:28 

           Você não sente em sua própria alma que a perfeição não está em você? Cada dia não lhe diz isso? Cada lágrima vertida dos seus olhos chora "imperfeição"; cada palavra áspera procedente dos seus lábios murmura "imperfeição". Você já deve ter examinado muitas vezes o seu próprio coração para imaginar, sequer por um momento, que haja alguma perfeição em você mesmo. Mas, em meio a essa triste consciência da sua imperfeição, eis o consolo: você é "perfeito em Cristo Jesus". Aos olhos de Deus você é "completo Nele"; mesmo agora, a você é "concedida graça no Amado". Mas há uma segunda perfeição, ainda por se realizar, que é garantida a toda a descendência de Abraão. Não é maravilhoso antegozar o dia em que toda mancha de pecado será removida e o crente será apresentado inculpável diante do trono, sem mácula, nem ruga ou qualquer outra coisa? A Igreja de Cristo em breve será tão pura que nem mesmo os olhos do Onisciente verão uma mancha ou defeito nela; tão santa e tão gloriosa que Hart não foi além da verdade quando disse:
"Com as vestes do meu Salvador,
Santo como o Santo
          E então conheceremos, e provaremos, e sentiremos a felicidade desta pequena, mas grandiosa frase: "Completo em Cristo".  Só então compreenderemos plenamente a altura e a profundidade da salvação de Jesus. Teu coração não salta de alegria ante tal pensamento? Negro como estás, um dia ficarás branco; impuro como és, tu serás limpo. Oh, como essa salvação é maravilhosa! Cristo toma um verme e o transforma em anjo; Cristo toma uma coisa imunda e disforme e a torna limpa e incomparável em glória, inigualável em beleza e própria para estar junto dos serafins. Ó, minh’alma, levanta-te e admira a bendita verdade da perfeição em Cristo.

Charles Haddon Spurgeon

Tradução: Mariza Regina de Souza

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

4 de fevereiro - Devocional Matutina

O Amor do Senhor - Oseias 3:1

Crente, olha para todas as tuas experiências passadas e lembra-te da maneira como o Senhor teu Deus te guiou pelo deserto, como te alimentou e te vestiu a cada dia - como suportou os teus maus costumes -  como aguentou as tuas murmurações e todos os teus anseios pelas panelas de carne do Egito - como fendeu a rocha para te suprir, e te alimentou com o maná que veio do céu. Lembra-te do quanto a graça do Senhor foi suficiente para ti em todas as tuas tribulações - de como o Seu sangue te perdoou de todos os teus pecados - de como a Sua vara e o Seu cajado te consolaram. Quando assim tiveres te lembrado do amor do Senhor, deixa, então, que a tua fé sonde esse amor em relação ao futuro, para te lembrares de que a aliança e o sangue de Cristo possuem algo mais do que coisas passadas. Aquele que te amou e te perdoou, jamais cessará de te amar e perdoar. Ele é o Alfa e também será o Ômega: Ele é o primeiro e será o último. Por isso, quando passares pelo vale da sombra da morte, lembra-te de que não precisas temer o mal, pois Ele está contigo. Quando atravessares as frias águas do Jordão, não precisas temer, pois a morte não te pode separar do amor do Senhor; e quando adentrares nos mistérios da eternidade, não precisas tremer, "Porque eu estou bem certo de que nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as coisas do presente, nem do porvir, nem os poderes, em a altura, nem a profundidade, nem qualquer outra criatura poderá separar-nos do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor." Ora, minh’alma, não está o teu amor revigorado? Isso não te faz amar a Jesus? Será que um vôo pelas campinas etéreas do amor não inflamam teu coração e não te constrangem a te deleitares no Senhor teu Deus? Certamente, ao meditarmos no "amor do Senhor", nosso coração arde dentro de nós e nós ansiamos por amá-lO cada vez mais.

Charles Haddon Spurgeon

Tradução:  Mariza Regina de Souza