quarta-feira, 10 de setembro de 2014

10 de setembro - Devocional Vespertina

“lobos ao anoitecer” ━ Habacuque 1:8
Enquanto preparava o presente volume, esta expressão em particular voltou tantas vezes ao meu pensamento que resolvi dedicar uma página a ela, a fim de me livrar do seu importúnio. O lobo ao anoitecer, enfurecido por um dia de fome, fica mais feroz e voraz do que pela manhã. Será que essas criaturas furiosas não representam as dúvidas e medos de um dia inteiro de agitação, perdas financeiras e provocações mesquinhas de nossos semelhantes? Nossos pensamentos não uivam em nossos ouvidos: “Onde está o teu Deus?” Como são vorazes e gananciosos, engolindo todas as palavras de consolo e continuando tão famintos quanto antes. Grande Pastor, dá cabo dos lobos ao anoitecer e faz tuas ovelhas repousarem em pastos verdejantes, sem a perturbação da insaciável incredulidade. Como os demônios do inferno são semelhantes a lobos vorazes! Pois, quando o dia está nublado e cinzento para o rebanho de Cristo, e o sol parece mais fraco, eles se apressam a rasgar e devorar. Eles raramente atacam o cristão na claridade da fé, mas caem sobre ele no escuridão do conflito da alma. Ó, Tu que deste a vida pelas Tuas ovelhas, protege-as das presas do lobo.
Os falsos mestres, que caçam vidas preciosas com astúcia e diligência, devorando os homens pela falsidade, são tão perigosos e detestáveis quanto lobos ao anoitecer. A escuridão é o seu elemento, o engano é a sua natureza , a destruição é o seu objetivo. Eles são ainda mais perigosos quando estão em pele de cordeiro. Bendito seja Aquele que nos alerta da sua aproximação, pois milhares se tornam presa dos lobos atrozes que entram no aprisco da igreja.
Quão maravilhosa é a graça quando perseguidores ferozes se convertem, pois, então, o lobo habita com o cordeiro, e homens incontroláveis e crueis se tornam dóceis e gentis. Ó, Senhor, converte tais homens: vamos orar por isto nesta noite.
Tradução: Mariza Regina de Souza

terça-feira, 9 de setembro de 2014

09 de setembro - Devocional Matutina

“E te responderei; anunciar-te-ei coisas grandes e ocultas, que não sabes.” ━ Jeremias 33:3

Há diferentes traduções dessas palavras. Uma versão diz: “e anunciar-te-ei coisas grandes e firmes que não sabes”. Outra, “coisas grandiosas e insondáveis”. Ora, há coisas especiais e insondáveis na vida cristã: todas as etapas da vida espiritual não são igualmente fáceis de conquistar. Há sensações e sentimentos comuns que são gozados por toda a família cristã, tais como o arrependimento, a fé, a alegria e a esperança; mas há um estado superior de enlevo espiritual, de comunhão, de união com Cristo, que está longe de ser a morada comum dos crentes. Nem todos podem ter o grande privilégio de João, de se reclinar sobre o peito de Jesus; nem o de Paulo, de ser arrebatado ao terceiro céu. Há níveis no conhecimento prático das coisas de Deus que nunca foram vistos pelos olhos aguçados do discernimento ou pelo pensamento filosófico: só Deus pode nos levar até lá; mas a carruagem onde Ele nos leva e os cavalos de fogo que a puxam são as orações eficazes. A oração eficaz prevalece sobre a misericórdia de Deus, “no vigor da sua idade, lutou com Deus; lutou com o anjo e prevaleceu; chorou e lhe pediu mercê; em Betel, achou a Deus, e ali falou Deus conosco”. A oração eficaz leva o cristão ao monte Carmelo e lhe permite cobrir o céu com nuvens de bênçãos e a terra com rios de misericórdia. A oração eficaz conduz o cristão ao cume de Pisga e mostra a ele a herança que lhe está reservada; ela nos faz subir ao monte Tabor e nos transforma até a semelhança de nosso Senhor; como Ele é, assim também seremos nós neste mundo. Se você quiser alcançar algo mais elevado que uma simples experiência comum, olhe para a Rocha que é mais alta que você, e veja, com os olhos da fé, através da janela da oração persistente. Quando você abre a janela do seu lado, ela não será trancada pelo outro.

Tradução: Mariza Regina de Souza

segunda-feira, 8 de setembro de 2014

08 de setembro - Devocional Matutina

“De mim procede o teu fruto.” ━ Oseias 14:8
Nosso fruto procede de Deus quanto à união. O fruto no ramo está ligado diretamente à raiz. Sem essa ligação, o ramo morre e não produz nenhum fruto. Só damos fruto em virtude da nossa união com Cristo. Todo cacho de uva começa na raiz, passa pelo caule, flui pelos vasos de seiva e se forma no fruto exterior; mas começa na raiz; da mesma forma, toda boa obra começa em Cristo e depois nasce em nós. Ó cristão, valoriza tua preciosa união com Cristo, pois ela deve ser a fonte de todos os frutos que esperas produzir. Se não estivesses unido a Cristo, tu, na verdade, serias um ramo estéril.
Nosso fruto procede de Deus quanto à providência espiritual. Quando as gotas de orvalho caem do céu, quando as nuvens olham do alto e estão prestes a derramar seu tesouro líquido, quando o sol enche os bagos do cacho de uva, cada dádiva celestial sussurra para a árvore e diz: “de mim procede o teu fruto”. O fruto deve muito à raiz ━ ela é essencial para sua frutificação ━ mas também deve muito às influências externas. Quanto devemos à graciosa providência de Deus! Que nos dá constante vigor, ensino, consolo e força, ou qualquer outra coisa que desejemos. A ela devemos toda a nossa utilidade ou virtude.
Nosso fruto procede de Deus quanto à lavoura bem cuidada. A tesoura afiada do jardineiro faz a árvore dar frutos, desbastando os cachos e podando os ramos desnecessários. Assim é, cristão, a poda que o Senhor faz em ti. “Meu Pai é o agricultor. Todo ramo que, estando em mim, não der fruto, ele o corta; e todo o que dá fruto limpa, para que produza mais fruto ainda”. Sendo Deus o autor das nossas bênçãos espirituais, demos a Ele toda a glória da nossa salvação.
Tradução: Mariza Regina de Souza

sexta-feira, 5 de setembro de 2014

05 de setembro - Devocional Matutina

“Ai de mim, que peregrino em Meseque e habito nas tendas de Quedar.” ━ Salmo 120:5

Como cristão, você tem de viver num mundo ímpio e não adianta nada ficar choramingando “ai de mim”. Jesus não orou para que fôssemos tirados do mundo e, pelo que Ele não orou, não podemos ansiar. Bem melhor é vencer a dificuldade na força do Senhor, e glorificá-lO nisso. O inimigo está sempre à espreita para detectar incoerências em sua conduta; portanto, seja muito santo. Lembre-se, todos têm os olhos em você e espera-se muito mais de você do que dos outros. Esforce-se para não dar ocasião a acusações. Deixe sua bondade ser a única falta descoberta em você. Como Daniel, constranja-os a dizer de você: “Nunca acharemos ocasião alguma para acusar a este Daniel, se não a procurarmos contra ele na lei do seu Deus”. Procure ser útil, além de coerente. Talvez você pense: “Se estivesse num local melhor, eu poderia servir à causa do Senhor, mas onde estou, nada posso fazer de bom”. No entanto, quanto piores as pessoas com as quais você convive, mais elas necessitam do seu empenho; se são desonestas, maior a necessidade de você dizer-lhes o que é certo; se são obstinadas, maior a necessidade de você para terem o coração soberbo transformado pela verdade. Onde o médico é mais necessário, senão onde há mais doentes? Onde a honra é conquistada por um soldado, senão no maior calor da batalha? E, quando cansado das lutas e do pecado que o atacam por todos os lados, pense que todos os santos passaram pelas mesmas provações. Eles não foram levados para o céu em camas macias, e você não deve esperar viajar com mais facilidade do que eles. Eles tiveram de expor a vida à morte nas alturas do campo, e você não receberá sua coroa até ter passado pelas dificuldades como um bom soldado de Cristo. Portanto, “permanecei firmes na fé, portai-vos varonilmente, fortalecei-vos”.

Tradução: Mariza Regina de Souza

quinta-feira, 4 de setembro de 2014

30 de agosto - Devocional Matutina

“Espera pelo SENHOR” ━ Salmo 27:14, cf. Habacuque 2:1-3

Esperar pode parecer uma coisa fácil, mas é uma das posturas que o soldado cristão só aprende depois de muitos anos de instrução. Marchar e marchar a passo acelerado é muito mais fácil ao guerreiro de Deus do que ficar parado. Há horas de em que os espíritos mais afoitos, ansiosos por servir ao Senhor, ficam confusos e não sabem como agir. O que fazer? Deixar-se tomar pelo desespero? Bater em retirada como um covarde, fugir como um medroso ou avançar como um soldado destemido? Nada disso, só é preciso esperar. Mas esperar em oração. Clame a Deus e exponha a Ele o problema; conte-Lhe suas dificuldades e suplique Seu auxílio. Quando se está em dúvida entre um dever e outro, é bom ser humilde como uma criança e esperar com simplicidade de alma no Senhor. Certamente ficaremos bem com nós mesmos ao sentir e conhecer a nossa própria loucura, e desejar sinceramente a orientação da vontade de Deus. Contudo, é preciso esperar com fé. Expresse uma confiança inabalável nEle, pois esperar sem fé e sem confiança é insultar o Senhor. Creia que, mesmo quando Ele nos faz esperar até a meia-noite, Ele ainda virá na hora certa; a visão virá e não tardará. É preciso também esperar com calma e paciência. Não se revolte por estar passando por aflições, bendiga a Deus por isso. Não murmure contra as circunstâncias, como fizeram os filhos de Israel contra Moisés; não deseje voltar às coisas passadas, aceite-as como elas são, coloque-as assim, com simplicidade e inteireza de coração, sem interesse próprio, nas mãos do Deus da aliança, dizendo: “Seja feita a Tua vontade, Senhor, não a minha. Não sei o que fazer. Cheguei ao meu limite, mas esperarei até que dividas as águas ou rechaces meus inimigos. Eu esperarei, ainda que me detenhas por muitos dias, pois meu coração está em Ti somente, ó Deus, e meu espírito anseia por Ti em plena convicção de que Tu és a minha alegria e a minha salvação, meu refúgio e minha torre forte”.

Tradução: Mariza Regina de Souza

terça-feira, 2 de setembro de 2014

22 de agosto - Devocional Matutina

“Conjuro-vos, ó filhas de Jerusalém, se encontrardes o meu amado, que lhe direis? Que desfaleço de amor.” — Cantares 5:8

Esta é a linguagem do crente que anela por Jesus quando entra em comunhão com Ele, ele desfalece de amor pelo seu Senhor. Almas piedosas não se sentem totalmente à vontade, a não ser quando estão em íntima comunhão com Cristo, pois quando estão longe Dele, elas perdem a paz. Quanto mais perto de Cristo, mais perto da tranquilidade perfeita do céu; quanto mais perto de Cristo, mais repleto o coração, não só de paz, mas de vida, vigor e alegria, pois todas estas coisas dependem de um relacionamento constante com Ele. O que o sol é para o dia; o que a lua é para a noite; o que o orvalho é para a flor; assim é Jesus para nós. Como o pão é para quem tem fome; a roupa para quem está nu; a sombra de uma grande rocha para o viajante numa terra sedenta, assim é Jesus para nós; por isso, se não formos conscientemente um com Ele, não é de admirar que nosso espírito grite as palavras do Cântico: “Conjuro-vos, ó filhas de Jerusalém, se encontrardes o meu amado, que lhe direis? Que desfaleço de amor”. Este desejo sincero por Jesus está ligado a uma bênção: “Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão fartos”; portanto, são extremamente bem-aventurados aqueles que têm sede do Justo. Bem-aventurado o que tem fome, pois isso vem de Deus; se ainda não tenho a ventura completa de estar saciado, desejo buscá-la em privação e sofreguidão até estar repleto de Cristo. Se não posso me alimentar de Jesus, deve estar próximo o céu para quem tem fome e sede Dele. Nessa fome há santidade, pois ela brilha entre as bem-aventuranças do Senhor. Mas a bem-aventurança envolve uma promessa. Aqueles que têm fome “serão fartos” com aquilo que desejam. Portanto, se Cristo nos faz ter tal desejo por Ele mesmo, com certeza, Ele também satisfará esse desejo; e, quando Ele vier a nós, e Ele virá, que delícia será!

Tradução: Mariza Regina de Souza

segunda-feira, 1 de setembro de 2014

1º de setembro - Devocional Matutina

“Tu me guias com o teu conselho e depois me recebes na glória” - Salmo 73:24

O salmista sentiu a necessidade da orientação divina. Ele tinha acabado de descobrir a loucura do seu próprio coração e, para não ser sempre enganado por ela, decidiu que o conselho de Deus deveria guiá-lo dali por diante. A percepção da nossa própria loucura é um grande passo em direção à sabedoria, quando isso nos leva a confiar na sabedoria de Deus. O cego se apoia no braço do amigo e chega em casa em segurança; portanto, devemos nos entregar implicitamente à sabedoria divina, sem duvidar, certos de que, mesmo sem poder ver, é sempre mais seguro confiar no Deus que tudo vê. Tu me guias é uma expressão bendita de confiança. O salmista estava certo de que o Senhor não iria recusar essa humilde tarefa. Esta palavra é para ti, ó crente, descansa nela. Tem certeza de que Deus é teu conselheiro e teu amigo; Ele te guiará; Ele te dirigirá em todos os teus caminhos. Esta certeza, em parte, está na Sua Palavra escrita, pois a Sagrada Escritura é o conselho de Deus para ti. Felizes somos nós, por termos sempre a Palavra de Deus para nos guiar! O que seria do marinheiro sem sua bússula? E o que seria dos cristãos sem a Bíblia? Ela é um mapa cartográfico infalível, um mapa onde cada banco de areia é descrito, onde todos os poços de areia movediça destruidora, até o porto seguro da salvação, são mapeados e sinalizados por Aquele que conheço todo o caminho. Bendito és Tu, ó Deus, por podermos confiar em Ti para nos guiar agora, e para nos guiar até o final! Após essa orientação na vida, o salmista antecipa a recepção divina final ━ e depois me recebes na glória. Que pensamento sublime para Ti, ó crente! O próprio Deus te receberá na glória ━ te receberá! Ainda que vagueies, andes errante ou te desvies, Ele te levará em segurança, finalmente, para a glória! Esta é a tua porção; alimenta-te dela hoje; e, se as dificuldades te cercarem, com a força deste texto vai direto para o trono!

Tradução: Mariza Regina de Souza