terça-feira, 21 de agosto de 2012

30 de julho, devocional matutina


“E, caindo em si, desatou a chorar.” (Mc. 14:72)

Charles Haddon Spurgeon

Algumas pessoas pensam que, enquanto viveu, todas as vezes em que Pedro se lembrava de ter negado o Senhor, as lágrimas brotavam dos seus olhos. Não é improvável que tenha sido assim, pois seu pecado foi muito grande, e só tempos depois a graça teve efeito completo sobre ele. Essa mesma experiência é comum a toda família redimida, na medida em que o Espírito Santo remove o coração natural de pedra de cada um. Nós, como Pedro, relembramos nossa arrogante promessa: “Ainda que todos te abandonem, jamais o farei”, e engolimos nossas palavras com as ervas amargas do arrependimento.Quando pensamos naquilo que prometemos ser e naquilo que realmente somos, podemos chorar rios de lágrimas de pesar. Pedro pensava na sua negação do Senhor. O lugar onde O negou, o motivo tão pequeno que o levou a cometer um pecado tão atroz, os juramentos e as blasfêmias com que procurou confirmar sua hipocrisia, e a terrível dureza de coração que o levou a repeti-lo mais e mais uma vez. Será que podemos continuar impassíveis e obstinados quando somos relembrados dos nossos pecados e da sua terrível iniquidade? Não faremos de Boquim nossa casa e choraremos diante do Senhor para renovar a certeza do Seu amor perdoador? Que jamais façamos vista grossa para o pecado, para não termos em seguida a língua queimada nas chamas do inferno. Pedro também pensava no olhar amoroso do seu Mestre. O cantar do galo foi seguido por um olhar de reprovação do Senhor, cheio de tristeza, piedade e amor. Enquanto viveu, esse olhar nunca deixou o pensamento de Pedro. Foi muito mais eficaz do que dez mil sermões sem a iluminação do Espírito Santo. O apóstolo arrependido devia chorar cada vez que se lembrava do pleno perdão do Senhor, que o restaurou ao seu antigo posto. Pensar que temos ofendido o bondoso e meigo Senhor é razão mais do que suficiente para chorarmos constantemente. Senhor, fere o nosso coração de pedra e faz as águas fluírem.

Tradução: Mariza Regina de Souza

Nenhum comentário:

Postar um comentário