quinta-feira, 2 de agosto de 2012

O estatuto de Davi para a divisão dos despojos


Sermão nº 2208

Ministrado na manhã do Dia do Senhor, 7 de junho de 1891, pelo
Rev. C. H. Spurgeon
no Tabernáculo Metropolitano, Newington

Este é o último sermão de Charles Spurgeon no Tabernáculo Metropolitano, em Londres, Inglaterra. Ele lutou contra a enfermidade na maior parte do ano de 1891. Finalmente, foi para Mentone, na Riviera francesa, para tentar descansar e se recuperar, mas sucumbiu em janeiro de 1892, sem ter voltado ao púlpito.

Chegando Davi aos duzentos homens que, de cansados que estavam, não o puderam seguir e ficaram no ribeiro de Besor, estes saíram ao encontro de Davi e do povo que com ele vinha; Davi, aproximando-se destes, os saudou cordialmente. Então, todos os maus e filhos de Belial, dentre os homens que tinham ido com Davi, responderam e disseram: Visto que não foram conosco, não lhes daremos do despojo que salvamos; cada um, porém, leve sua mulher e seus filhos e se vá embora. Porém Davi disse: Não fareis assim, irmãos meus, com o que nos deu o SENHOR, que nos guardou e entregou às nossas mãos o bando que contra nós vinha. Quem vos daria ouvidos nisso? Porque qual é a parte dos que desceram à peleja, tal será a parte dos que ficaram com a bagagem; receberão partes iguais. E assim, desde aquele dia em diante, foi isso estabelecido por estatuto e direito em Israel, até ao dia de hoje. Chegando Davi a Ziclague, enviou do despojo aos anciãos de Judá, seus amigos, dizendo: Eis para vós outros um presente do despojo dos inimigos do SENHOR.” ━ I Samuel 30:21-26

AQUELE QUE SE ASSOCIAM a um líder devem participar do seu destino. Seiscentos homens haviam deixado seus lares na Judeia. Incapazes de enfrentar a tirania de Saul, eles se uniram a Davi e o fizeram seu comandante. Alguns deles eram da melhor qualidade, outros, da pior: nesse sentido, assemelhavam-se aos crentes das nossas congregações. Alguns tinham excelente caráter, os quais Davi teria procurado; outros, no entanto, eram pessoas indesejáveis, das quais ele teria, de bom grado, se livrado. Contudo, fossem o que fossem, eles iriam ascender ou cair com seu líder e comandante. Quando Davi recebeu a cidade de Ziclague para morar, lá eles tinham uma casa e um lar; e quando Ziclague foi destruída pelo fogo, suas casas não escaparam. Quando Davi ficou em meio às ruínas fumegantes, sem um centavo e sem esposa, eles ficaram nas mesmas condições. Essa regra é válida para todos nós, que nos juntamos a Cristo e sua causa; devemos ser participantes com Ele. Espero que estejamos prontos a defender esse preceito hoje. Se o evangelho de Cristo for ridicularizado e injuriado, que estejamos dispostos a ser ridicularizados e injuriados por amor dEle. Participemos com prazer da Sua humilhação e jamais pensemos em recuar. Isso é um grande privilégio, pois, aqueles que estiverem com Ele em Sua humilhação também estarão com Ele em Sua glória. Se partilharmos o Seu opróbrio no meio de uma geração perversa, também nos assentaremos no Seu trono e partilharemos Sua glória no dia da Sua revelação. Irmãos, espero que a maioria de nós esteja disposta a isso, a perder ou vencer com Jesus. Na vida ou na morte, onde Ele estiver, lá estaremos nós, Seus servos. Nós aceitamos com alegria tanto a cruz como a coroa que acompanham nosso Senhor Jesus Cristo: estamos ansiosos para confessar plenamente a nossa culpa, a fim de participarmos da Sua alegria. 

Quando um grupo de homens é vítima de um grande desastre, com frequência, o que se segue é um motim. Por menor que seja a responsabilidade do líder, a derrota sempre lança a culpa sobre ele. Quando a batalha é vencida, “é vencida pelos soldados”; cada homem do exército reivindica seu quinhão nos louros da vitória. Contudo, quando a batalha é perdida, abaixo o comandante! A culpa é toda dele; se fosse um general melhor, teria vencido. É assim que o povo fala: justiça está fora de questão. Aconteceu o mesmo no desastre de Ziclague, quando a cidade foi queimada e as mulheres e crianças levadas cativas; por isso lemos que aqueles homens falaram em apedrejar Davi. Mas, por que Davi? Porque ele mais do que os outros é difícil de entender, pois nem ele, nem qualquer um deles, estava lá. Eles estavam tão aflitos que seria um alívio apedrejar alguém; e por que não Davi? Irmãos, às vezes acontece, mesmo com os servos de Cristo, quando são vítimas de perseguição e perdas por amor do Senhor, de o tentador vir lhes sussurrar que abandonem sua fé. ━ “Desde que se tornou cristão, você só tem problemas. Parece que os cães do inferno estão mordendo ainda mais seus calcanhares desde que aceitou a Cristo. Por isso, desista e deixe isso para lá.” ━ Mas que sugestão maligna! Motim contra o Senhor Jesus? Você ousaria? Alguns de nós não, pois quando Ele nos pergunta: “quereis também vós outros retirar-vos?”, só podemos responder: “Senhor, para quem iremos? Tu tens as palavras da vida eterna.” Nenhum outro líder é digno de ser seguido. Precisamos seguir o Filho de Davi. Motim contra Ele está fora de questão.

“Se pelas águas, se pelo fogo Jesus nos guiar
Nós seguiremos por onde Ele andar”

Quando um cachorro segue uma pessoa, podemos saber se ela é sua dona observando o que acontece quando eles chegam a um cruzamento. Se o animal continuar perto dela todas as vezes em que ela dobrar uma esquina, ele lhe pertence. Às vezes, você e eu também chegamos a um cruzamento e, muitos de nós, pela graça de Deus, já estamos preparados para provar nossa lealdade a Jesus, seguindo-O mesmo quando o caminho é mais difícil. Ainda que haja lágrimas nos olhos Dele e nos nossos, e ainda que choremos juntos até não termos mais forças, nós nos agarraremos a Ele quando a multidão Lhe der as costas, e testemunharemos que só Ele tem a Palavra viva e mais ninguém neste mundo. Que Deus nos conceda graça para sermos fiéis até a morte!

Se assim seguirmos nosso líder, e suportarmos o seu opróbrio, nosso fim será uma gloriosa vitória. Foi um triste espetáculo ver Davi deixando duzentos homens para trás, marchando com forças reduzidas e indo atrás de um inimigo que ele mal sabia para onde ia, o qual talvez fosse bem mais forte que o seu pequeno bando e pudesse destruí-lo. Foi um espetáculo melancólico, para os que ficaram para trás, ver seu líder enfraquecido, exausto e abatido como eles mesmos, indo atrás dos terríveis amalequitas. Quão diferente foi a cena, quando Davi voltou ao ribeiro de Besor mais que vencedor! Não estão ouvindo a algazarra da comemoração? Um bando vem na frente conduzindo vastas manadas de gado e rebanhos de ovelhas, marchando e cantando “Este é o despojo de Davi!” A seguir, vêm os homens armados, com Davi entre eles, todos carregados de despojos, cantando outra canção; os que formam a retaguarda bradam exultantes: “Davi recuperou tudo! Davi recuperou tudo!” Eles, os exaustos que ficaram no ribeiro de Besor, ouvem aquela mistura de sons e se juntam primeiro aos que bradam, depois aos outros, cantando: “Este é despojo de Davi! Ele recuperou tudo!”

Sim, não temos dúvida quanto ao resultado da nossa luta. Os fieis a Cristo serão glorificados com Ele. Que Ele dividirá os despojos com os fortes nunca foi problema. “E a vontade do SENHOR prosperará nas suas mãos.”

A antiga verdade que nos mantém de pé jamais será apagada.

Gravada como em bronze eterno
Brilha a poderosa promessa;
Nem os poderes do inferno
Apagarão tais linhas eternas

Tão certo como vivemos, a verdade banida voltará em triunfo. A fé que uma vez por todas foi entregue aos santos pode ser oprimida durante algum tempo; mas não se regozijem sobre nós, ó adversários: ainda que caiamos, nós nos levantaremos de novo! Pois esperamos com paciência, aguardamos com serenidade e cremos em silêncio. No caminho, bebemos do ribeiro de Besor e nos recobramos.

Nesta manhã, quero falar sobre as palavras de consolo dadas pelo Senhor aos fracos e abatidos do Seu exército. Que elas sejam usadas pelo divino Consolador!

1. Começarei dizendo, primeiramente, que HÁ FRACOS E ABATIDOS ATÉ MESMO NO EXÉRCITO DO NOSSO REI. Entre os próprios escolhidos do exército de Davi ━ heróis de guerra desde a sua juventude ━ havia mãos frouxas e joelhos trôpegos que precisavam ser fortalecidos. O mesmo ocorre no exército de Cristo na maior parte do tempo. Temos entre nós soldados cuja fé é verdadeira e cujo amor é ardente; mas, ainda assim, neste momento sua fé está enfraquecida, e eles estão tão deprimidos que são forçados a ficar para trás com as bagagens.

Provavelmente alguns ficaram abatidos por se sentirem muito desorientados. Davi tinha se envolvido tão perigosamente com Aquis, o rei filisteu, que se viu forçado a ir com ele para a batalha contra Israel. Atrevo-me a dizer que aqueles homens devem ter dito para si mesmos: “Como será que isso vai terminar? Será que Davi vai mesmo nos levar para lutar contra Saul? Quando teve ocasião de matá-lo, lá na caverna, ele não o fez, e ainda disse que não levantaria a mão contra o ungido do Senhor! Será que agora vai nos levar para lutar contra esse ungido? Esse Davi, antes um inimigo tão grande dos filisteus, que derrotou seu campeão, vai agora passar para o lado deles?” Eles ficaram confusos diante da atitude do seu líder. Não sei se concordam comigo, mas acho que meia hora de perplexidade deixa um homem mais cansado do que um mês inteiro de trabalho. Quando não se consegue ver o que está a frente, e não se sabe o que fazer, é ainda mais difícil. Quando, para sermos fiéis a Deus, parece que temos de romper as relações com os homens, e quando fazer um acordo infeliz com o mal nos torna infiéis à nossa confissão de fé, as coisas ficam confusas. Se não andarmos com cuidado, poderemos facilmente cair numa armadilha. Se os cristãos andarem em linha reta, é bem mais fácil, pois não é difícil encontrar o caminho em uma estrada sem curvas; mas, quando bons homens pegam atalhos desconhecidos, trilhas que cruzam as campinas, geralmente caem em valas que não estão no mapa, e entram em matagais e pântanos que não conhecem. É nesse ponto que caem em profunda depressão. Aqueles guerreiros podiam muito bem ter ficado desorientados; e talvez receassem que Deus estivesse contra eles ━ e sua causa agora fosse motivo de vergonha; quando chegaram a Ziclague e a encontraram destruída pelo fogo, sua confusão acrescentou intensa amargura ao seu sofrimento e eles se sentiram completamente derrotados. Eles não estavam fingindo, estavam realmente cansados, pois a mente pode rapidamente agir sobre o corpo, e o corpo falha lamentavelmente quando o espírito é afligido por perguntas e temores. Essa é uma das razões pelas quais alguns fiéis estão no rol dos doentes e precisam ficar nas trincheiras por uns tempos.

Pode ser, também, que o ritmo estivesse matando aqueles homens. Eles marcharam em passo acelerado durante três dias desde a cidade de Aquis até Ziclague. Eles podiam fazer um bom dia de marcha como qualquer um, mas não podiam caminhar em ritmo acelerado o dia inteiro. Há um grande número de cristãos desse tipo ━ homens bons, firmes, que conseguem avançar sob condições normais, desempenhando bem suas tarefas diárias e resistindo corajosamente às tentações comuns; mas, quando pressionados, eles falham miseravelmente: e quem não falha? Talvez tenhamos muitas labutas e desfaleçamos porque nossa força é pequena.

Mas o pior de tudo foi que a dor daqueles homens veio logo em seguida. Suas esposas tinham desaparecido. Muito embora, como se verificou depois, elas não tenham sido mortas ou feridas, como eles ainda não sabiam disso, temeram pelo pior. Para um homem, saber que sua esposa está nas mãos de salteadores e que talvez ele não a seja de novo, não é um problema assim tão simples. Seus filhos e filhas também tinham desaparecido: não haveria mais nenhum garotinho tagarela subindo em seus joelhos, nem uma garotinha doce dizendo “papai, você voltou!” Suas casas ainda queimavam e seus bens tinham sido consumidos pelo fogo; eles elevaram a voz e choraram: será que é tão estranho alguns deles terem desfalecido depois de entoar um triste miserere (lamento profundo)? Onde você estaria se, ao voltar para casa nesta manhã, encontrasse tudo queimado e sua família levada, sem que você soubesse para onde? Conheço muitos cristãos que ficam arrasados quando os problemas são grandes demais. Não deveriam, mas ficam. Temos motivos para agradecer a Deus por não sofrermos grandes tentações, a não ser aquelas comuns a todos os homens, ainda que não pareçam. No entanto, é possível que sintamos como se estivéssemos sendo particularmente tentados, como Jó. Mensageiro após mensageiro trazendo más notícias, e nosso coração longe do Senhor. É para esses, que estão abatidos pela dor, que falo neste momento. Talvez você seja um deles, e ainda assim seja um verdadeiro seguidor do Cordeiro ━ e, como Deus prometeu livrá-lo das suas aflições, certamente Ele manterá a Sua palavra. Lembre-se, Ele nunca prometeu que você não teria aflições, mas sim que Ele o livraria de todas. Pergunte aos santos na glória. Peça para saírem da fila aqueles que chegaram lá sem tribulações. Será que algum dos líderes das hostes celestiais dirá para dar um à frente quem teve suas vestes lavadas e alvejadas no sangue do Cordeiro, mas não passou por aflições enquanto esteve aqui embaixo? Ninguém se mexe em toda aquela multidão? Ninguém dá um passo à frente? Teremos de esperar eternamente por uma resposta? Vejam! Em vez de alguém se mexer, ouço uma voz dizendo “São estes os que vêm da grande tribulação.” Todos eles tiveram não apenas tribulação, mas grande tribulação. Com certeza, uma promessa do Novo Testamento é cumprida diante dos nossos olhos ━ “No mundo, passais por aflições”. Quando os problemas oprimiram os homens de Davi, estes se sentiram fracos e tiveram de parar às margens do ribeiro.

Talvez, ainda, a força da corrente fosse demais para eles. Como já disse, com toda probabilidade, o ribeiro de Besor era apenas uma depressão um pouco mais funda do solo, a qual, em épocas normais, ficava quase seca. Contudo, na estação das grandes chuvas, ela se enchia repentinamente, formando uma corrente impetuosa e lamacenta, contra a qual apenas os mais fortes poderiam resistir. Aqueles homens poderiam ter continuado em solo seco, mas a corrente era forte demais e eles temeram que ela os fizesse perder o equilíbrio, e eles se afogassem. Por isso, Davi permitiu que ficassem lá e guardassem a bagagem. Há muitos servos do Senhor que param repentinamente de fazer certos trabalhos mais difíceis ━ eles não são chamados a fazer aquilo que seus colegas mais fortes realizam com alegria. Eles fazem algumas coisas ━ mas não conseguem fazer mais; eles também suportam certas adversidades, mas são incapazes de suportar mais ━ desfalecem porque ainda não chegaram à plenitude do crescimento na graça. Seu coração é reto diante de Deus, mas eles não estão em condições de superar algumas dificuldades especiais. Não devemos sobrecarregá-los, pois são a parte mais fraca do rebanho. Muitos ficam desanimados com as controvérsias importantes da igreja. Tenho conhecido muitas pessoas assim ultimamente ━ a Verdade de Deus é sobremodo importante, mas elas gostam de paz. É extremamente necessário que alguns de nós resistam, pela fé que uma vez por todas foi entregue aos santos, mas eles ainda não estão preparados para isso. Não conseguem discordar de seus amigos e se calam em vez de lutar pela Verdade de Deus. Existem corações sinceros que, no entanto, não conseguem defender o evangelho! Eles desejam sorte aos que defendem, mas buscam a retaguarda para si. Há alguns, ainda, que não conseguem avançar no conhecimento ━ eles sabem o básico e sentem como se não pudessem assimilar mais nada. É uma grande bênção que conheçam o evangelho e sintam que ele os salvará, mas os mistérios gloriosos da Aliança eterna, da soberania de Deus, do Seu eterno amor e da Sua graça indizível, eles não conseguem entender ━ são estes os que ficam no ribeiro de Besor, o qual, por enquanto, não podem atravessar. Faria um bem enorme se eles se arriscassem, mas eles não são atraídos para essas profundezas abençoadas. Ouvir essas verdades deixa-os mais cansados que instruídos. Eles não possuem capacidade de raciocínio suficiente para um conhecimento mais profundo de Deus. Gostaria que todos os cristãos almejassem conhecer tudo o que é possível acerca da Verdade revelada de Deus. Dizem que as coisas encobertas não nos pertencem. Com certeza, se elas são encobertas nós nunca as conheceremos, mas, tudo o que é revelado nós devemos conhecer, pois pertence a nós e a nossos filhos! Cuide de saber aquilo que o Espírito Santo ensina. Não dê lugar à ignorância medrosa, para que você não seja encontrado entre os grandes perdedores. A comida própria para bebês não é suficiente para jovens e pais ━ precisamos comer alimento sólido e deixar o leite para os pequenos.

No entanto, apesar disso, os frascos e abatidos estavam no exército de Davi. Seus nomes estavam da lista do Capitão da mesma forma que o dos mais fortes. Eles não eram desertores! Eles tinham o mesmo capitão que os mais valentes do regimento; eles podiam chamar Davi de “Mestre” e “Senhor” com a mesma sinceridade dos mais corajosos. Eles estavam prestes a enfrentar os mesmos perigos, pois se os homens da vanguarda fossem abatidos ou retrocedessem, os inimigos cairiam sobre os que guardavam as bagagens. Se os amalequitas matassem os primeiros quatrocentos, logo matariam os outros duzentos. O trabalho deles era tão necessário quanto o dos outros. Embora não tivessem de lutar, tinham de tomar conta das bagagens, e isso era uma preocupação a menos para os outros. Estou certo de que foi uma grande provação para eles não poder ir junto com os outros para a batalha. Para um bravo, ver as tropas passando por ele e ouvir os últimos passos de seus companheiros, deve ser horrível. Quem diria com prazer: “Fiquei para trás. O glorioso dia está chegando e não estarei lá. Enquanto viver me sentirei humilhado por não ter ido, e um fraco por não ter lutado com meus camaradas”? Não é fácil para um guerreiro ficar confinado a um hospital, sem poder ir atrás do inimigo. Mesmo aquele que está cansado gostaria de estar na linha de frente, às vistas do Capitão. Seu desejo é acabar com o inimigo e trazer os despojos para seus companheiros.

Bom, isso é o suficiente. Vou repetir só o primeiro ponto: mesmo no exército do nosso Rei existem pessoas abatidas.

II. Em segundo lugar, OS FRACOS E ABATIDOS SE REGOZIJARAM AO VER O RETORNO DO SEU LÍDER. Vejam, quando Davi voltou, eles foram ao seu encontro, e do povo que estava com ele. O que sinto é muito parecido com isso. Aliás, essa foi uma das razões pelas quais escolhi este texto. Fiquei muito feliz, após minha enfermidade, em poder retornar e encontrar meu Senhor em público. Eu esperava que Ele estivesse aqui; e Ele está. Também fico feliz por reencontrá-los, meus amigos. Até aqui fomos poupados da morte. Apesar de um breve período de afastamento, estamos novamente entre os irmãos. Graças a Deus! É uma grande alegria poder vê-los. Lamento por muitos membros da nossa igreja estarem afastados por essa doença (gripe ━ ver a nota no Sermão nº 2207); mas é uma bênção maravilhosa reencontrar tantos irmãos em Cristo. Os melhores momentos são aqueles em que estamos em comunhão uns com os outros e com nosso Senhor.

David saudou os que haviam ficado. Oh, como seria bom se o Senhor pudesse saudar a cada um de nós nesta manhã, especialmente aqueles que estão afastados! A saudação do nosso Rei é maravilhosa por seu entusiasmo. Ele não usa lisonjas, nem palavras vãs. Cada sílada proferida por Seus lábios é uma bênção. Cada brilho do Seu olhar é uma inspiração. Quando o rei em pessoa Se aproxima, é sempre dia de festa! Ouvir a Sua voz, até para os mais cansados, é motivo de celebração. Por isso eles foram se encontrar com Davi, e ele foi ao encontro deles, e houve grande alegria. Sim, ouso emendar e dizer que hoje há grande alegria entre nós também. Glorificado seja o Seu santo nome, o Senhor está aqui! Nós O sentimos e nos regozijamos com indizível alegria.

A camaradagem de Davi era espontânea e verdadeira. É bem provável que aqueles que ficaram para trás estivessem meio receosos de que seu líder pudesse dizer “Vejam só, seus preguiçosos, o que fizemos por vocês!” Mas, não, ele os saudou em vez de censurá-los. Talvez eles tenham pensado: “Ele vai nos repreender por não termos nos arrastado até a batalha.” Mas, não, “... ele a todos dá liberalmente e nada lhes impropera”. Davi não diz uma palavra de reprovação, pois seu coração se compadece deles, e, por isso, ele os saúda: “Irmãos, Deus tem sido gracioso para conosco. Salve!” Davi queria que todos se regozijassem e louvassem o Altíssimo. Ele não brindaria com uma gota de fel. Oh, que o Senhor nos saúde nesta boa hora! Quando Cristo está em nossa companhia, Sua presença faz toda diferença. Já viram quando a congregação está prestando atenção ao orador, e todos estão imóveis e impassíveis? De repente, o Espírito Santo desce sobre o orador e o próprio Rei se manifesta visivelmente entre os ouvintes, e todos sentem como se pudessem pular e gritar “Aleluia, aleluia!” Então, os corações batem mais rápido e as almas pulam de alegria; pois onde Jesus está, Sua presença enche o lugar de deleite. Ora, aqueles que estão cansados, se estiverem aqui, quem quer que sejam, regozijem-se no encontro com seu Líder, e seu Líder se manifestará a vocês! Se ninguém mais tiver um soneto, eu tenho. Ele deve, e Ele será louvado. “Tu és o Rei da glória, ó Cristo! Céus e terra Te adorem. Tu reinarás para todo o sempre.”

III. Em terceiro lugar, OS FRACOS E ABATIDOS TÊM NO SEU LÍDER UM ADVOGADO. Ouçam os blasfemos filhos de Belial, aqueles homens vis, como insultam a quem Deus afligiu! Eles se aproximam de Davi e começam a gritar: “Os fracotes que não foram à luta não vão partilhar dos despojos. Que peguem suas mulheres e seus filhos e vão-se embora.” Eles gritaram com voz alta e cruel, e entristeceram grandemente os mais fracos. Quem falaria em defesa destes? Seu líder tornou-se o seu advogado.

Antes de mais nada, percebem que Davi pleiteou que todos fossem unidos? Os seguidores do filho de Jessé são um e são inseparáveis. Davi disse: “Não fareis assim, irmãos meus, com o que nos deu o SENHOR, que nos guardou.” “Somos todos um”, disse ele, “Deus nos deu os despojos; não são só para vocês, mas para todos. Somos um grupo de irmãos.” A unidade dos santos é o consolo dos fracos. Irmãos, nosso Senhor Jesus Cristo restaura os abatidos quando pensamos que nEle somos todos um. Talvez eu seja o pé, todo sujo e empoeirado, e você a mão, ostentando uma pedra preciosa; mas ainda estamos no mesmo corpo. Um irmão é a mente de pensamentos santos; outro é o lábio da persuasão; e um terceiro, o olho da vigilância; mas todos ainda somos um corpo em Cristo. Não podemos, nenhum de nós, sem o auxilio de um irmão, ministrar para o bem de todos. “Não podem os olhos dizer à mão: Não precisamos de ti.” Somos todos um em Jesus Cristo. Com certeza, isso deve confortar aqueles que, por motivo de fraqueza, sentem como se fossem membros inferiores do corpo: vocês ainda são membros vivos do corpo místico de Jesus Cristo, nosso Senhor, e que isso lhes seja suficiente. Uma só vida, um só amor e um só céu será nosso em nosso único Salvador.

Davi também pleiteou a livre graça, pois lhes disse: “Não fareis assim, irmãos meus, com o que nos deu o SENHOR.” Ele não disse: “Com o que vocês conquistaram e ganharam honestamente na batalha”, mas “com o que nos deu o SENHOR”. Considere cada bênção como um presente e você não pensará em excluir ninguém dela, nem você mesmo. O dom gratuito de Deus é a vida eterna; por que não tê-la? Não negue a qualquer um de seus irmãos o consolo da Aliança da graça. Não pense: “Ele não deve ter tanta alegria.” Tudo é pela livre graça, e se é pela graça, tanto o maior quanto o menor podem tê-lo. Se tudo provém da graça, então, meu pobre e esforçado irmão, que mal consegue ter certeza da sua própria salvação, você pode reivindicar cada bênção da Aliança de Deus. Deus dá a você gratuitamente as provisões do Seu amor da mesma forma que dá a mim; portanto, sejamos felizes e não julguemos a nós mesmos segundo a lei da condenação.

Davi, então, pleiteou a indispensabilidade de todos. Ele disse: “eles ficaram com a bagagem”. Nenhum exército luta bem quando seu acampamento está vulnerável. É muito bom a igreja saber que seus depósitos estão bem guardados por um grupo de oração. Enquanto alguns de nós estão ensinando nas escolas ou pregando nas ruas, é um grande conforto saber que nossos amigos estão orando por nós. Para mim, é um consolo sem par estar nas orações de milhares de irmãos. Não direi quem faz o melhor trabalho: se aquele que prega ou aquele que ora; mas de uma coisa eu sei, podemos trabalhar melhor com o coração que ora do que com a voz que prega. As súplicas de nossas irmãs acamadas são a saúde da igreja. O tipo de serviço que parece mais trivial aos homens, com frequência, é o mais precioso diante de Deus. Por isso, quanto aos que não podem ir para a frente de batalha, que não lhes seja negado lugar de honra, pois, no final das contas, talvez estejam prestando um serviço muito melhor. Lembrem-se do estatuto: “receberão partes iguais”.

Notem que Davi acrescenta um estatuto à sua argumentação. Gosto de pensar em nosso grande Comandante, o Senhor Jesus, criando estatutos. Para quem legisla o Senhor? Para os três primeiros valentes? Para os capitães de mil? Não. Ele cria estatutos para aqueles que são forçados a ficar para trás por estarem cansados demais. Bendito seja o nome do Senhor Jesus; Ele sempre zela pelos interesses dos que não têm ninguém mais olhando por eles! Se você pode cuidar da sua própria causa, talvez até o faça, mas se é feliz por ser fraco em si mesmo, você será forte em Cristo. Aqueles por quem Cristo zela estão em melhores condições do que se cuidassem de si mesmos. Quem confia suas preocupações a Jesus, deixa-as em boas mãos. Vão é o socorro em si mesmo, mas o amparo de Jesus é todo suficiente.

Resumindo: creio que o Senhor dará igual recompensa ao fraco e sofredor e ao forte e ativo, se ambos estiverem igualmente preocupados com a Sua glória. O Senhor também fará justa divisão entre o ignorado e desconhecido e o renomado e honrado, se ambos forem igualmente sinceros. Oh, não me diga que aquela que educa seu filho para Cristo não receberá seu galardão dAquele por quem o apóstolo é recompensado! Não me diga que a mulher que conduz sua casa de forma que seus servos venham a temer a Deus será esquecida quando os “Muito bem” forem distribuídos aos fiéis! Tão certo quanto o mundo gira, o serviço simples e despercebido também será honrado. 

Algumas pessoas do povo de Deus têm pouca instrução e quase nenhum talento natural. No entanto, se elas servirem ao Senhor da melhor forma possível, de todo coração, terão sua parte juntamente com os mais instruídos e talentosos. Quem é fiel no pouco receberá pleno galardão da graça divina. A obra “será aceita conforme o que o homem tem”. Talvez tenhamos apenas duas moedinhas, mas se as lançarmos no gazofilácio, elas serão bem recebidas pelo Senhor. 

Alguns amados servos de Deus parecem ser constantemente derrotados. Tem-se a impressão de que sempre são enviados a pessoas de coração duro e ouvidos surdos. Entretanto, se eles proclamam fielmente a Palavra do Senhor, sua recompensa não será de acordo com seu sucesso aparente, mas de acordo com sua fidelidade.

Alguns santos são, por natureza, tristes e depressivos; são como algumas adoráveis samambaias, que crescem melhor em lugares úmidos. Bem, bem, o Senhor colherá tanto as belas samambaias da sombra, como as rosas do sol; elas serão notadas por Ele tal como os girassóis fulgurantes, e os mais tristes se regozijarão com os mais alegres. Ó Homens de pequena fé, ó Desanimados, ó Amedrontados, ó Indecisos, vocês que suspiram mais do que cantam, que desejam mas não conseguem, que têm um grande coração voltado para a santidade, mas se sentem derrotados em suas lutas: o Senhor lhes dará o Seu amor, a Sua graça e o Seu favor, assim como Ele dá aos que fazem grandes coisas em Seu nome. Alguns de vocês só provaram um pouquinho das grandes alegrias e dos conhecimentos mais profundos do reino de Deus e, em parte, talvez por serem tão relutantes, mas, ainda assim, se são fiéis ao Senhor, suas enfermidades não serão tidas por iniquidades. Se estão legalmente afastados do trabalho ativo, o estatuto do Senhor é para sempre, tanto para vocês quanto para os outros: “qual é a parte dos que desceram à peleja, tal será a parte dos que ficaram com a bagagem; receberão partes iguais”.

IV. Em quarto lugar, OS FRACOS E ABATIDOS DESCOBREM QUE JESUS É O BOM SENHOR EM TODOS OS SENTIDOS. Não foi Jesus um bom Senhor quando, pela primeira vez, nos recebeu no exército da Sua salvação? Que bando singular engajou-se no exército de Davi! “Ajuntaram-se a ele todos os homens que se achavam em aperto, e todo homem endividado, e todos os amargurados de espírito, e ele se fez chefe deles”. Ele era capitão dos esfarrapados; e nosso Senhor também não tinha melhores seguidores. Eu era um pobre coitado quando vim a Cristo, e não me admiraria se isso também se aplicasse a vocês. Eu era um inútil, completamente imerso em pecado e sem um centavo para pagar minha dívida. Quando fui a Jesus eu era tão miserável, que ninguém mais teria me recebido. Ele poderia muito bem ter dito: “Não, não vim para isso ━ para marchar à frente de um bando de pobres coitados miseráveis como esses.” No entanto, Ele nos recebeu graciosamente, de acordo com a Sua promessa: “e o que vem a mim, de modo nenhum o lançarei fora”. Desde então, com que bondade Ele tem nos suportado! Não estamos entre os que louvam a si mesmos por grandes realizações cristãs; nós lamentamos as nossas faltas e transgressões; e mesmo assim Ele não rejeita o povo a quem de antemão conheceu. Quando nos lembramos da nossa condição como soldados de Cristo, nos sentimos envergonhados, mas maravilhados diante da graça de Deus. Se alguém nos tivesse dito que seríamos soldados tão miseráveis, não teríamos acreditado. Não estamos nos desculpando ━ estamos muito angustiados por sermos tão falhos. No entanto, nosso gracioso Senhor nunca nos tirou das fileiras. Ele poderia ter-nos expulso do regimento há muito tempo; mas ainda estamos engajados, firmes e agraciados. Que capitão nós temos! Ninguém há que se compare a Ele em bondade. Ele ainda nos recebe e diz: “Eles serão para mim particular tesouro, naquele dia que prepararei.”

Irmãos, exaltemos o nome do nosso Capitão. Ninguém há como Ele. Quando estivemos em perigo, Ele esteve em perigo junto conosco. Tal como nós, Ele também viu Ziclague fumegando. Em todo o tempo em que aqueles homens estiveram aflitos, Davi também esteve. Vocês não perceberam? Quando chegamos a um grande obstáculo como o ribeiro de Besor, Jesus gentilmente abranda Suas ordens e não exige aquilo que não somos capazes de fazer. Ele não chama muitos para pastores e mestres porque talvez eles não suportem o fardo. Ele derrama abundantemente a Sua graça sobre nós em toda sabedoria e prudência. Ele ajusta o ritmo da marcha de acordo com o passo, ou o passo de acordo com a marcha. Com que doçura Ele faz frutificar as nossas obras! Vocês não se admiram de como Ele aceita suas obras e suas orações? Não ficam perplexos por Ele realmente atender suas débeis petições? Quando falam em nome de Jesus, e Deus abençoa suas palavras, será que não pensam: “Com certeza há algum engano! Como uma mensagem tão medíocre pode ser uma bênção?” Amados, nós seguimos um nobre Príncipe. Jesus é mais do que milhares por Sua ternura, assim como por tudo o mais. Quão terno e atencioso Ele é! Quão meigo e bondoso! Desde que o conhecemos, Ele nunca nos feriu com Suas palavras. Ele é aquela riqueza que não vem acompanhada pela tristeza. Ele nos repreende, mas sua repreensão é como óleo precioso, o qual não é rejeitado pela nossa cabeça. Quando O abandonamos, Ele se volta para nós e nos olha com favor e, por isso, nos disciplina severamente; mas Ele nunca nos fere com espada, a não ser aquela que sai da Sua boca, cujo fio é o amor. Quando se afasta de nós, como Davi fez com aqueles duzentos que não puderam ir com ele, Ele sempre retorna com clemência e nos saúda com favor. Nós nos perguntamos por que não O detivemos ━ e prometemos nunca mais deixá-lO partir ━ mas nos surpreendemos sobremaneira ao vê-lO voltar tão depressa, com tanta disposição, saltando pelos montes, rápido como uma gazela, ou como um jovem gamo correndo pelas colinas da fronteira. Vejam! Ei-lO que vem. Sua vinda enche de alegria o nosso coração. Regozijemo-nos, pois, nesta manhã, ao tomarmos nossa parte nos preciosos despojos do Seu imensurável amor. Ele ama tanto o pequeno quanto o grande; regozijemo-nos com todos.

Há mais uma coisa especial que Ele fará, a qual tornará nosso amor por Ele ainda maior. Davi, depois de um certo tempo, subiu a Hebrom para ser feito rei sobre Judá. Vou ler o verso três do segundo capítulo de II Samuel: "Os homens que estavam com ele" (e entre eles os fracos que não conseguiram atravessar o ribeiro de Besor), "Fez Davi subir os homens que estavam com ele, cada um com sua família; e habitaram nas aldeias de Hebrom." Sim, ele me fará subir, até mesmo eu! Ele vos fará subir, ó fracos e abatidos! Há um Hebrom onde Jesus reina como Rei ungido, e Ele não estará lá sem que todos nós também estejamos! Não há reino de Jesus sem Seus irmãos, nem Céu sem Seus discípulos! Todos aqueles que estiveram com Ele em fraqueza e fadiga estarão com Ele em glória, e cada um com sua família. Tomem posse de mais essa bênção! Eu lhes peço, não a deixem escapar! Não deixem passar estas palavras "e cada um com sua família". Receio que muitas vezes sejamos privados de bênçãos para nossa família por não atentarmos para as promessas de Deus. Quando o carcereiro perguntou o que era necessário para ser salvo, qual foi a resposta? "Crê no Senhor Jesus e serás salvo". Provavelmente já ouvimos esse versículo uma cententa e vezes, não é? E quanto ao restante dele, será que já ouvimos? Por que será que os pregadores e oradores omitem parte das promessas do evangelho? A resposta continua, "tu e tua casa". Não deixem escapar esse bendito alcance da graça, "e tua casa". Por que deixar de fora as esposas e as crianças? Permitirão aos amalequitas ficar com elas? Não se deem por satisfeitos até que haja salvação em suas casas. Que esta seja a nossa súplica ao Senhor nesta manhã: "Ó bendito Davi, a quem quisemos seguir, que tão bondosamente nos ajudou até aqui, pela tua graça, lembra-te de nós quando entrares no teu reino; e que se diga a nosso respeito, "fez Davi subir os homens que estavam com ele (ninguém subiu por conta própria), cada um com sua família; e habitaram nas aldeias de Hebrom". Cada um com sua família. Atentem bem para essas palavras. Pais, seus filhos já são salvos? Mães, todas as suas filhas servem ao Senhor? Não cessem de orar até que isso aconteça, pois o que importa é "cada um com sua família."  


Finalmente, o que tenho a dizer é: como é grande o meu desejo de que aqueles que ainda não estão alistados no exército do Senhor venham e vejam o quanto Ele é bondoso e misericordioso! Jovens, se pudessem ver nosso Capitão, vocês se colocariam de joelhos, suplicando-Lhe para deixá-los entrar na fila de Seus seguidores. É sublime servir a Jesus. Sou um oficial de recrutamento e de bom grado admitiria alguns recrutas neste momento. Todo homem precisa servir a alguém, não temos escolha quanto a isso. Aqueles que não têm um senhor são escravos de si mesmos. Por isso, ou você servirá a Satanás ou a Cristo, a si mesmo ou ao Salvador. Você verá que o pecado, o ego, Satanás e o mundo são senhores bem cruéis; mas se vestir o uniforme de Cristo, verá que Ele é tão manso e humilde de coração que você achará descanso para sua alma. Ele é o mais magnânimo dos capitães. Mesmo entre os príncipes mais nobres, nunca houve um semelhante a Ele. Ele sempre será encontrado no calor da batalha. Quando sopra o vento frio, Ele sempre toma o lado exposto da colina. O lado mais pesado da cruz sempre recai sobre os Seus ombros. Quando nos dá um fardo para carregar, Ele sempre o carrega conosco. Se existe algo gracioso, generoso, bondoso e terno, sim abundante e superabundante em amor, você sempre o encontrará nEle. Eu O sirvo há mais de quarenta anos, bendito seja o Seu nome, e não sinto outra coisa por Ele senão amor. Eu ficaria muito contente em continuar por mais quarenta anos neste querido ofício aqui na terra, se isso O agradasse. O serviço do Senhor é vida, paz e alegria. Oh, entrem para exército do Senhor neste instante! Que Deus os ajude a se alistar sob o estandarte de Jesus ainda hoje! Amém.

Tradução: Mariza Regina de Souza

Nenhum comentário:

Postar um comentário