quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

22 de setembro - devocional matutina


“Regozije-se Israel no seu Criador” (Sl. 149:2)

Alegra-te de coração, ó crente, mas cuida para que a tua felicidade tenha a sua fonte no Senhor. Tens muitos motivos de alegria em teu Deus, pois podes cantar com Davi “Deus, que é a minha grande alegria”. Alegra-te, pois o Senhor reina, pois o Senhor é Rei! Regozija-te, pois Ele se assenta no trono e reina sobre todas as coisas! Cada atributo de Deus deve se tornar um raio refrescante na luz do sol da nossa felicidade. A Sua sabedoria deve nos fazer felizes, por tomar conhecimento da nossa própria insensatez. O Seu poder deve ser motivo de alegria nAquele que nos faz tremer em nossa fraqueza. A Sua eternidade deve ser sempre motivo de alegria quando sabemos que murchamos como a erva. A Sua imutabilidade deve nos fazer cantar incessantemente, uma vez que nós mudamos a cada instante. Saber que Ele é cheio de graça, da qual é transbordante e pela qual nos dá a Sua aliança, para nos purificar, para nos guardar, para nos santificar, para nos aperfeiçoar, para nos trazer glória – tudo deve nos alegrar nEle. Essa alegria em Deus é como um rio profundo, do qual, agora, apenas tocamos a beira e experimentamos um pouco das águas celestiais, doces e transparentes, mas que, mais adiante, será mais profundo em alegria e terá uma correnteza mais impetuosa. O cristão sente que pode se deleitar não apenas naquilo que Deus é, mas também em tudo o que Ele já fez. Os salmos nos mostram que o povo de Deus dos tempos antigos costumava refletir muito sobre os Seus feitos e ter uma canção relacionada a cada um deles. Então, que o povo de Deus de agora cante as obras do Senhor! Que fale sobre os Seus poderosos feitos, e “cante ao Senhor, porque triunfou gloriosamente”. Que nunca deixe de cantar, pois, assim como as misericórdias do Senhor são derramadas sobre ele dia após dia, a sua alegria nos atos de amor, na providência e na graça do Senhor deve ser demonstrada em incessantes ações de graças. “Alegrai-vos, pois, filhos de Sião, regozijai-vos no SENHOR, vosso Deus.”

Charles Haddon Spurgeon

Tradução: Mariza Regina de Souza

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

23 de abril - devocional matutina


Em todas estas coisas, porém, somos mais que vencedores, por meio daquele que nos amou.” (Rm. 8:37)

É de Cristo que nós recebemos o perdão, mas, com frequência, procuramos forças na lei para combater os nossos pecados. Paulo nos repreende: “Ó gálatas insensatos! Quem vos fascinou a vós outros, ante cujos olhos foi Jesus Cristo exposto como crucificado? Quero apenas saber isto de vós: recebestes o Espírito pelas obras da lei ou pela pregação da fé? Sois assim insensatos que, tendo começado no Espírito, estejais, agora, vos aperfeiçoando na carne?” Leve os seus pecados à cruz de Cristo, pois é só lá que o velho homem pode ser crucificado: fomos crucificados com Ele. A única arma que pode lutar contra o pecado é a lança que perfurou o lado de Jesus. Só para ilustrar: você quer controlar um temperamento explosivo; como faz? É bem possível que você nunca tenha tentado levar o problema a Jesus da maneira certa. Como você foi salvo? Entreguei-me a Jesus do jeito que estava e confiei na Sua salvação. É dessa forma que devo controlar o meu temperamento. Esse é o único jeito de dominá-lo. Preciso ir à cruz de Cristo e dizer: “Senhor, confio em Ti para livrar-me disto.” Essa é a única maneira de dar um golpe mortal no pecado. Você é avarento? Sente que está sendo enredado pelo mundo? Você pode lutar contra esse mal o quanto quiser, mas se for um pecado que constantemente o assedie, de forma alguma você irá se livrar dele, a não ser pelo sangue de Jesus. Leve-o a Cristo. Diga-Lhe: “Senhor, confio em Ti, Teu nome é Jesus, Tu salvaste o Teu povo dos pecados deles: Senhor, este é um dos meus pecados; livra-me dele!” Ordenanças não são nada sem Cristo como meio de mortificação. Orações, arrependimentos e lágrimas – todos juntos – não têm valor sem Ele. “Ninguém, a não ser Jesus, pode transformar pecadores incapazes”, tampouco santos incapazes. Você deve ser vencedor por meio dAquele que o amou, se quiser mesmo ser vencedor. Nossos louros devem crescer entre as Suas oliveiras no Jardim do Getsêmani.

Charles Haddon Spurgeon

Tradução: Mariza Regina de Souza

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

9 de abril - devocional vespertina


“E a tua clemência me engrandeceu.” (Sl. 18:35)

Estas palavras podem ser traduzidas como “a Tua bondade me engrandeceu”. Davi agradecidamente atribui toda a sua grandeza não à sua própria bondade, mas à bondade de Deus. “A Tua providência” é uma outra leitura; e a providência nada mais é do que a bondade em ação. A bondade é o botão do qual a providência é a flor, ou a bondade é a sementeira da qual a providência é a ceifa. Alguns interpretam a expressão como “o Teu auxílio”, que é apenas outro termo para providência; providência esta que, sendo a firme aliada dos santos, os auxilia no serviço do Senhor. Pode ser também “a Tua humildade me engrandeceu”. “A Tua condescendência” talvez sirva como uma interpretação mais abrangente, combinando as ideias mencionadas, inclusive a da humildade. Deus ter-Se feito pequeno é a razão pela qual somos engrandecidos. Somos tão pequenos que, se Deus manifestasse Sua grandeza sem a Sua condescendência, seríamos esmagados debaixo dos Seus pés; mas Deus, que precisa Se inclinar para ver os céus e curvar-se para ver o que os anjos fazem, volta Seus olhos ainda mais para baixo e olha para os contritos e abatidos, e os engrandece. Há ainda outras traduções, como, por exemplo, a da Septuaginta, onde se lê “a Tua disciplina” – a Tua correção paternal - me engrandeceu, enquanto a paráfrase em aramaico diz: “a Tua palavra me enalteceu”. A ideia continua a mesma. Davi atribui toda a sua grandeza à bondade condescendente do Pai celestial. Que este sentimento ecoe em nosso coração nesta noite ao lançarmos nossa coroa aos pés de Jesus e clamarmos “a Tua clemência me engrandeceu”. Quão maravilhoso tem sido experimentar a clemência de Deus! Quão clemente tem sido a Sua correção! Quão clemente a Sua tolerância! Quão clementes os Seus ensinamentos! Quão clementes as Suas admoestações! Reflete sobre isso, ó crente. Que a tua gratidão seja despertada, a tua humildade aprofundada e o teu amor vivificado antes de caíres no sono esta noite.

Charles Haddon Spurgeon

Tradução:  Mariza Regina de Souza

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

2 de julho - devocional matutina


Nele, o nosso coração se alegra.” (Salmo 33:21)

É uma bênção que os cristãos possam se regozijar mesmo na mais profunda angústia; embora cercados por tribulações, eles ainda cantam; e, como muitos pássaros, cantam melhor quando estão confinados. As ondas podem envolvê-los, mas logo sua alma sobe à superfície e vê a luz do semblante de Deus; eles possuem uma boia que sempre mantém sua cabeça fora d’água e ajuda-os a cantar no meio da tempestade: “Deus ainda está comigo”. De quem será a glória? Oh! de Jesus – tudo é devido a Jesus! Nem sempre os problemas trazem consigo consolo para o crente, mas a presença do Filho de Deus na fornalha ardente enche o seu coração de alegria. Ele está doente e sofrendo, mas Jesus o visita e lhe prepara a cama. Ele está prestes a perecer, e as frias águas do Jordão o encobrem até o pescoço, mas Jesus coloca os braços ao seu redor e lhe diz: “Não temas, amado; morrer é ser bem-aventurado; a fonte das águas da morte está no céu; tais águas não são amargas, mas doces como o néctar, pois fluem do trono de Deus.” Quando o santo atravessa com dificuldade a corrente das águas e as ondas crescem ao seu redor, e o seu coração e o seu corpo desfalecem, a mesma voz soa em seus ouvidos: “Não temas, porque Eu sou contigo; não te assombres, porque Eu sou o teu Deus.” Quando ele se aproxima das margens do desconhecido infinito e está receoso de entrar no reino das sombras, Jesus lhe diz: “Não temais, porque vosso Pai se agradou em dar-vos o seu reino.” Assim, fortalecido e consolado, o crente não tem medo da morte; pelo contrário, fica até ansioso para partir, pois uma vez que vê Jesus como a estrela da manhã, ele deseja contemplá-lO como o sol em seu esplendor. A presença de Jesus é realmente todo o céu que desejamos. Pois Ele é:

"A glória dos nossos dias mais radiantes;
O conforto das nossas noites.”

Charles Haddon Spurgeon

Tradução: Mariza Regina de Souza

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

9 de julho - Devocional Matutina


E não te esqueças de nenhum só de Seus benefícios.” (Salmo 103:2)

É maravilhoso e de grande proveito observar a mão de Deus na vida dos santos do passado, e ver a Sua bondade livrando-os, a Sua misericórdia perdoando-os, e a Sua fidelidade mantendo a Sua aliança com eles. Contudo, não seria ainda mais interessante e benéfico para nós observar a mão de Deus em nossa própria vida? Será que não devemos considerar a nossa própria história como sendo tão repleta de Deus, tão cheia da Sua bondade e verdade, provas da Sua fidelidade e do Seu caráter, quanto a vida dos santos que vieram antes de nós? Cometemos uma injustiça com Deus quando supomos que Ele operou Seus poderosos feitos e mostrou-se forte somente para aqueles dos tempos antigos, e não realiza mais maravilhas ou dispõe o Seu braço para os santos que ainda estão na terra. Precisamos rever a nossa própria vida. Assim, com certeza, poderemos descobrir coisas boas para recobrar o ânimo e glorificar a Deus. Será que nunca recebeste um livramento? Nunca atravessaste rios amparado pela presença divina? Nunca passaste pelo fogo sem se queimar? Nunca tiveste uma manifestação do poder divino? Nunca recebeste favores especiais? O Deus que concedeu a Salomão o desejo do seu coração nunca te ouviu e atendeu às tuas petições? Esse Deus de graça tão abundante, de quem Davi cantou: “Aquele que farta de bens a tua velhice”, nunca te saciou fartamente? Nunca repousaste em pastos verdejantes? Nunca foste levado para junto das águas de descanso? Certamente a bondade de Deus é a mesma para conosco como foi para os santos do passado. Celebremos, então, as Suas misericórdias com uma canção. Tomemos o ouro puro da gratidão e as jóias do louvor e transformemo-los em outra coroa para a cabeça de Jesus. Que nossas almas entoem melodias tão doces e alegres quanto as que saíram da harpa de Davi, enquanto louvamos ao Senhor, cuja misericórdia dura para sempre.

Charles Haddon Spurgeon

Tradução: Mariza Regina de Souza

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

13 de agosto - Devocional Matutina

“Os cedros do Líbano que Ele plantou” (Salmo 104:16)


Os cedros do Líbano simbolizam os cristãos, no que se refere a terem sido totalmente plantados pelo Senhor. Esta verdade se aplica a cada filho de Deus. O cristão não é plantado pelo homem, nem por si mesmo, ele é plantado por Deus. A mão misteriosa do Espírito divino colocou a semente de vida dentro do coração que Ele mesmo preparou para recebê-la. Todo verdadeiro herdeiro do céu foi plantado pelo grande Agricultor. Além disso, os cedros do Líbano não dependem do homem para sua irrigação; eles crescem nas rochas mais altas sem serem regados pelo homem; e ainda assim nosso Pai celeste supre todas as suas necessidades. O mesmo acontece com o cristão que aprendeu a viver pela fé. Ele não depende do homem, nem para as coisas deste mundo; para o seu sustento, ele espera no Senhor seu Deus, e somente nEle. O orvalho do céu é a sua porção, e o Deus do céu, o seu manancial. Além do mais, os cedros do Líbano não são protegidos por nenhum poder mortal. Eles não precisam do homem para serem preservados dos ventos impetuosos e das tormentas. Eles são árvores de Deus, mantidas e preservadas por Ele, somente por Ele. Com o cristão é exatamente a mesma coisa. Ele não é uma planta de estufa, protegido das tentações; ele fica no local mais exposto; ele não tem amparo, nem proteção, exceto esta: que as vastas asas do Deus eterno sempre abrigam os cedros que Ele mesmo plantou. Como os cedros, os crentes são cheios de seiva, com força suficiente para ser sempre viçosos, mesmo cercados pelas neves do inverno. Finalmente, a ostentação e a majestade do cedro são somente para a glória de Deus. O Senhor, e somente o Senhor, é tudo para os cedros; por isso, Davi, com muita doçura, coloca isso em um de seus salmos: “Louvai ao SENHOR, árvores frutíferas e todos os cedros.” No crente não há nada que engrandeça o homem; ele é plantado, nutrido e protegido pela própria mão do Senhor, e a Ele seja atribuída toda a glória.

Charles Haddon Spurgeon

Tradução: Mariza Regina de Souza

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

14 de janeiro - Devocional Matutina

“Poderoso para salvar” (Isaías 63:1)

Pela palavra "salvar" compreende-se toda a grandiosa obra da salvação, desde o primeiro desejo santo até a completa santificação. A palavra é multum in parro (insignificante): na verdade, eis aqui toda misericórdia em uma só palavra. Cristo não é somente "poderoso para salvar" aqueles que se arrependem, mas Ele também é capaz de fazer com que os homens se arrependam. Ele conduzirá ao céu todos os que creem; além disso, Ele também é poderoso para dar aos homens um novo coração e operar dentro deles a fé. Ele é poderoso para fazer o homem que odeia a santidade, amá-la, e para constranger aos que desprezam o Seu nome, a dobrar os joelhos diante dEle. E isso não é tudo, pois o poder divino é igualmente visto depois da conversão. A vida do crente é uma série de milagres operados pelo "Poderoso Deus". A sarça arde, mas não se consome. Ele é poderoso para manter o Seu povo em santidade de vida após tê-lo tornado santo, e para preservá-los em temor e amor até consumar sua existência espiritual no céu. O poder de Cristo não está em tornar uma pessoa crente e depois deixar que ela mude por si mesma; mas Aquele que começa a boa obra continua o Seu trabalho; Aquele que dá o primeiro sopro de vida na alma morta prolonga a existência divina e fortalece-a até que ela rompa todos os laços do pecado e a alma salte da terra, aperfeiçoada em glória. Crente, eis aqui o teu alento. Estás orando por um ente querido? Oh, não desistas das tuas orações, pois Cristo é "poderoso para salvar". Tu és impotente para recuperar o rebelde, mas o teu Senhor é Todo-Poderoso. Agarra-te nesse braço poderoso e usa-o para que te dê da Sua força. São os teus próprios problemas que te atormentam? Não temas, pois a força dEle é suficiente para ti. Começando com os outros ou continuando a obra em ti, Jesus é "poderoso para salvar"; a melhor prova disso jaz no fato de que Ele te salvou. Quantas misericórdias não tens encontrado nAquele que é poderoso para destruir!

Charles Haddon Spurgeon

Tradução: Mariza Regina de Souza