segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

8 de fevereiro - devocional matutina


...e lhe porás o nome de Jesus...” - Mt. 1:21

Quando uma pessoa é querida, por sua causa, todas as coisas a ela relacionadas também se tornam queridas. Desta forma, a pessoa do Senhor Jesus é tão preciosa para os verdadeiros crentes, que eles consideram de valor inestimável todas as coisas a Ele relacionadas. “Todas as tuas vestes recendem a mirra, aloés e cássia”, disse Davi, como se as próprias vestes do Salvador fossem tão agradáveis em razão da Sua pessoa que Davi não pudesse fazer outra coisa além de amá-las. E, com certeza, deviam ser, pois não há lugar calcado por aqueles pés santos, não há palavra proferida por aqueles lábios benditos, nem pensamento revelado por Sua Palavra tão terna, que não nos sejam de valor incalculável. E isso também se aplica aos nomes de Cristo: todos são doces aos ouvidos dos crentes. Seja Ele chamado de o Esposo da Igreja, a Sua Noiva, Sua Amiga; seja concebido como o Cordeiro morto desde a fundação do mundo; o Rei, o Profeta, ou o Sacerdote - cada um dos títulos do nosso Mestre - Siló, Emanuel, Maravilhoso, o Poderoso Conselheiro - cada nome é como um favo de mel, cujas gotas destilam pura doçura. Mas, se há um nome mais doce do que todos os outros aos ouvidos dos crentes, esse nome é Jesus. Jesus! O nome que faz soar as harpas celestiais. Jesus! O centro da nossa alegria. Se há um nome mais encantador, mais precioso do que todos os outros, é esse nome. Ele está entretecido na própria urdidura da nossa hinologia. Muitos de nossos hinos começam com ele e dificilmente os que são bons terminam sem ele. Ele é a soma de todos os deleites. É a música com que vibram os sinos celestiais; uma canção em uma única palavra; um oceano para o entendimento, embora uma gota pela brevidade; um oratório inigualável em duas sílabas; um coro dos aleluias de toda a eternidade em apenas cinco letras.
“Jesus, eu amo o Teu nome encantador,
Pois é música para os meus ouvidos”.


Charles Haddon Spurgeon

tradução: Mariza Regina de Souza

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

12 de março, devocional matutina

Amarás o teu próximo” (Mt. 5:43)


“Amarás o teu próximo.” Talvez ele seja farto de bens e tu sejas pobre e vivas num pequeno casebre ao lado da sua imponente mansão; todos os dias tu vês os seus bens, suas roupas finas e seus banquetes suntuosos; foi Deus quem deu a ele tais coisas, não cobices a sua riqueza, nem tenhas maus pensamentos sobre ele. Contenta-te com a tua própria sorte, se não podes melhorá-la, mas não o julgues e queiras que ele seja como tu. Ama-o, e assim não o invejarás.

Por outro lado, talvez tu sejas rico, e perto de ti resida o pobre. Não tenhas por motivo de desdém chamá-lo de teu próximo. Reconhece que és obrigado a amá-lo. O mundo diz que ele é teu inferior. Mas, em que ele é inferior? Ele é muito mais semelhante a ti do que teu inferior, pois “Deus de um só fez toda a raça humana para habitar sobre toda a face da terra”. Teu casaco é melhor do que o dele, mas tu, de forma alguma, és melhor do que ele. Ele é homem, e tu, que mais és do que isso? Atenta para que ames o teu próximo ainda que ele seja maltrapilho ou esteja mergulhado em profunda pobreza.

Mas, talvez você diga: “Não posso amar o meu próximo, pois apesar de todos os meus esforços, ele me trata com ingratidão e desdém.” Maior oportunidade ainda para o heroísmo do amor. Serias tu um lutador de luvas de pelica, que não suporta a dura batalha do amor? Quem muito ousa, muito alcançará; e se o teu caminho de amor for árduo, trilha-o com coragem, amando o teu próximo haja o que houver. Amontoa brasas vivas sobre a cabeça dele e, se ele for difícil de agradar, procura não agradá-lo, mas a teu Mestre; e lembra-te de que, se ele despreza o teu amor, o teu Mestre não desprezará, e as tuas obras serão aceitáveis a Este como se tivessem sido aceitáveis àquele. Ama o teu próximo, pois só assim estarás seguindo as pegadas de Cristo.

Charles Haddon Spurgeon

Tradução: Mariza Regina de Souza

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

29 de outubro - devocional matutina


Portanto, vós orareis assim: Pai nosso, que estás nos céus...” (Mateus 6:9)

Esta oração começa onde toda oração verdadeira deve começar, com o espírito de adoção: “Pai Nosso”. Nossa oração não será aceitável até podermos dizer: “Levantar-me-ei, e irei ter com o meu Pai.” A alma pueril logo percebe a grandeza do Pai “que está no céu” e se eleva em reverente adoração: “Santificado seja o Teu Nome”. O infante balbucio “Aba, Pai”  se transforma no clamor do querubim: “Santo, Santo, Santo”. Um passo apenas separa a adoração arrebatadora do ardente espírito missionário, consequência natural do amor filial e da devoção reverente: “Venha o Teu Reino e Seja feita a Tua vontade, assim na terra como no céu.”  A seguir vem a sincera expressão de dependência do Pai: “O pão nosso de cada dia dá-nos hoje.” Mais iluminada ainda pelo Espírito, a alma descobre que não é apenas dependente, mas também pecaminosa, e por isso clama por misericórdia: “Perdoa as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores”;  e, sendo perdoada, tendo a retidão de Cristo imputada, e conhecendo sua aceitação diante de Deus, a alma humildemente suplica para ser perseverante em santidade: “Não nos deixe cair em tentação.”  Quem é realmente perdoado, anseia por não pecar novamente; a justificação conduz a um ardente desejo de santificação. “Perdoa-nos as nossas dívidas” é a justificação; “Não nos deixe cair em tentação, mas livra-nos do mal”, é a santificação, tanto em forma negativa como positiva. Como consequência de todas essas coisas, segue-se uma exclamação triunfante de louvor: “Pois Teu é o Reino, o poder e a glória, para sempre, amém.” Nós nos regozijamos, pois nosso Rei reina em providente cuidado e reinará em graça, desde o Eufrates até os confins da terra, e Seu domínio não terá fim. Portanto, desde o sentimento de adoção até a plena comunhão com nosso Senhor e Rei, este pequeno modelo de oração conduz a nossa alma. Senhor, ensina-nos a orar.

Charles Haddon Spurgeon

Tradução: Mariza Regina de Souza

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

2 de abril - devocional matutina


Jesus não respondeu nem uma palavra” (Mateus 27:14)

Ele nunca foi tardio para falar quando se tratava de abençoar os filhos dos homens, mas não diria uma única palavra em favor de Si mesmo. “Jamais alguém falou como este homem”, e jamais alguém ficou em silêncio como Ele. Não foi esse silêncio singular um indício do seu perfeito auto-sacrifício? Será que não mostrou que Ele não diria uma palavra para suspender o massacre da Sua santa pessoa, dedicada por Ele como oferta por nós? Não se entregou Ele de forma tão completa que não faria nenhuma interferência em Seu próprio favor, por menor que fosse, mas se deixaria ser preso e morto, uma vítima mansa e calada?  Seu silêncio não foi uma espécie de incapacitação do pecado? Nada pode ser dito para mitigar ou escusar a culpa humana; por isso, Aquele que suportou todo o peso dessa culpa permaneceu calado diante da Sua sentença. Não é o paciente silêncio a melhor resposta para um mundo em contradição? A serena resignação responde a algumas questões muitíssimo melhor do que a mais alta eloquência. Os melhores defensores do Cristianismo primitivo foram os seus mártires. A bigorna quebra inúmeros martelos ao receber silenciosamente os seus golpes. Não nos deu o silêncio do Cordeiro de Deus um grande exemplo de sabedoria? Onde cada palavra era ocasião para uma nova blasfêmia, foi o silêncio que deixou de dar combustível à chama do pecado. Os falsos e dissimulados, os vis e indignos logo irão se destruir e contrariar, por isso, aquele que é sincero pode permitir-se ficar calmo e encontrar no silêncio a sabedoria. É evidente que nosso Senhor, com Seu silêncio, deu notável cumprimento ao que foi predito. Uma ampla defesa de Si mesmo teria sido contrária à profecia de Isaías: “Como cordeiro foi levado ao matadouro; e, como ovelha muda perante os seus tosquiadores, ele não abriu a boca.” Com o seu silêncio Ele provou, de uma vez por todas, ser o verdadeiro Cordeiro de Deus. Como tal O saudamos nesta manhã. Sê conosco, Jesus, e no silêncio do nosso coração, ouçamos a voz do Teu amor.

Charles Haddon Spurgeon

Tradução: Mariza Regina de Souza

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

30 de abril - devocional matutina


Todos os filhos de Israel murmuraram.” (Nm. 14:2)

Há muitos murmuradores entre os cristãos atuais, da mesma forma que havia no acampamento de Israel no passado. Há aqueles que, quando a vara da disciplina desce, clamam contra a angustiante dispensação. Eles perguntam: “Por que sou afligido assim? Que fiz eu para ser castigado dessa maneira?”  Só uma palavra para ti, ó murmurador! Por que murmuras contra as dispensações do Pai celestial? Será que Ele pode tratar-te com mais severidade do que mereces? Considera o quão rebelde já foste um dia; no entanto, Ele te perdoou! Certamente, se a Ele, em Sua sabedoria, aprouve agora disciplinar-te, tu não deves queixar-te. Afinal, será que és castigado com tanta dureza quanto teus pecados merecem? Considera a corrupção que está em teu peito, e será, então, que te admirarás do quanto há necessidade da vara para arrancá-la? Pesa a ti mesmo e vê quanta impureza há misturada com teu ouro; achas mesmo que o fogo está quente demais para purificar tanta impureza quanto tens? Será que esse teu espírito rebelde e orgulhoso não prova que o teu coração ainda não está totalmente santificado? Não são as tuas murmurações contrárias à natureza santa e submissa dos filhos de Deus? A correção não é necessária?  Mas, se murmuras contra a disciplina, toma cuidado, pois ela é muito mais dura quando aplicada a murmuradores. Deus sempre disciplina seus filhos duas vezes, se eles não suportam os primeiros golpes com paciência. No entanto, fica sabendo de uma coisa: “Ele não aflige, nem entristece de bom grado os filhos dos homens.” Todas as Suas correções são dadas com amor, para purificar-te e atrair-te para mais perto dEle mesmo. Com certeza isso vai te ajudar a suportar a disciplina com resignação, se fores capaz de reconhecer a mão do Pai. Pois, “o Senhor corrige a quem ama e açoita a todo filho a quem recebe. É para disciplina que perseverais (Deus vos trata como filhos); pois que filho há que o pai não corrige?” “Nem murmureis, como alguns deles murmuraram e foram destruídos pelo exterminador.”

Charles Haddon Spurgeon

Traduão: Mariza Regina de Souza

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

27 de agosto - devocional matutina


“Até quando não crerão em mim?” (Números 14:11)

Luta com todas as tuas forças para afastares essa incredulidade monstruosa.  Isso desonra tanto a Cristo, que Ele irá retirar a Sua presença visível de nós se O insultarmos sendo indulgentes com ela. É bem verdade que ela é uma erva daninha, cuja semente nunca conseguimos tirar totalmente do solo, mas devemos visar suas raízes com zelo e perseverança. Dentre todas as coisas detestáveis, a incredulidade é a que deve ser mais abominada. Sua natureza maléfica é tão venenosa que prejudica tanto aquele que é incrédulo quanto aquele que sofre os seus efeitos. No teu caso, ó crente, é a mais vil de todas as coisas, pois as misericórdias do Senhor no passado aumentam a tua culpa por duvidares dEle no presente. Quando desconfias do Senhor Jesus, Ele pode muito bem gritar “Agora, então, eu os amassarei como uma carroça amassa a terra quando carregada de trigo.” Tal desconfiança coroa a cabeça de Jesus com os espinhos mais penetrantes. É muito cruel quando uma esposa bem-amada não acredita no marido bondoso e fiel. O pecado é desnecessário, tolo e injustificado. Jesus nunca deu o menor motivo para suspeitas; e é terrível ser desacreditado por aqueles que sempre receberam uma conduta amorosa e verdadeira da nossa parte. Jesus é o Filho do Altíssimo e Suas riquezas são ilimitadas; é vergonhoso duvidar do Onipotente e desconfiar da Sua toda-suficiência. O gado de mil colinas será suficiente para matar a nossa fome e os celeiros do céu não serão esvaziados pela nossa alimentação. Se Cristo fosse apenas uma cisterna, logo esgotaríamos a Sua capacidade, mas quem pode drenar uma fonte? Miríades de almas têm tirado dEle o seu sustento, e nenhuma delas jamais reclamou da escassez dos Seus recursos. Fora, então, com essa incredulidade traidora e mentirosa, pois sua única missão é cortar os laços da comunhão e fazer-nos lamentar um Salvador ausente. John Bunyan diz que a incredulidade tem “tantas vidas quanto um gato”: se é assim, vamos matar uma vida agora e continuar o trabalho até que todas as sete tenham ido embora. Fora, traidora, meu coração te abomina.

Charles Haddon Spurgeon

Tradução: Mariza Regina de Souza

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

23 de julho - devocional matutina


“Tu mesmo foste um deles.” (Obadias 1:11)

Edom devia tratar Israel com camaradagem nos tempos de necessidade, mas, em vez disso, os homens de Esaú cooperaram com os inimigos do povo de Deus.  Ênfase especial é dada à palavra tu na sentença diante de nós; assim como César gritou para Brutus: “até tu, Brutus”, uma atitude ruim talvez seja a pior de todas, por causa de quem a tomou. Quando pecamos, nós que somos os eleitos amados dos céus, pecamos de modo chocante; o nosso pecado é uma ofensa gritante, pois somos particularmente indulgentes.  Se um anjo colocasse a sua mão sobre nós quando praticamos o mal, ele não precisaria usar outra repreensão além da pergunta: “Até tu? Que fazes tu aqui?”  Somos perdoados, libertados, instruídos, ricos e abençoados; como ousaremos, então, oferecer nossas mãos para a prática do mal? De modo nenhum!
Poucos minutos de confissão nesta manhã talvez sejam benéficos para ti, nobre leitor. Nunca foste como o perverso? Quando numa festa alguns homens riam de coisas maliciosas, e a piada não era tão ofensiva assim aos teus ouvidos, até tu foste como um deles. Quando disseram coisas ofensivas a respeito dos caminhos de Deus, tu ficaste timidamente em silêncio; para os espectadores, tu foste como um deles. Quando homens mundanos barganhavam no mercado, e faziam negócios escusos, não estavas tu entre eles? Quando corriam com pés ligeiros atrás de coisas vãs, não foste tão ganancioso quanto eles? Haveria alguma diferença entre tu e eles? Há alguma diferença? Aqui chegamos ao ponto. Sê honesto com a tua própria alma, e certifique-se de que és uma nova criatura em Cristo Jesus; mas, quando tiveres certeza, anda zelosamente, para que ninguém possa dizer outra vez: “Até tu foste um deles.”  Se não desejas compartilhar a sorte eterna dos ímpios, por que, então, ser como eles neste mundo?  Não entres no seu conselho, para que não te envolvas na sua ruína.  Fica com o afligido povo de Deus, não com o mundo.

Charles Haddon Spurgeon

Tradução: Mariza Regina de Souza