sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

2 de abril - devocional matutina


Jesus não respondeu nem uma palavra” (Mateus 27:14)

Ele nunca foi tardio para falar quando se tratava de abençoar os filhos dos homens, mas não diria uma única palavra em favor de Si mesmo. “Jamais alguém falou como este homem”, e jamais alguém ficou em silêncio como Ele. Não foi esse silêncio singular um indício do seu perfeito auto-sacrifício? Será que não mostrou que Ele não diria uma palavra para suspender o massacre da Sua santa pessoa, dedicada por Ele como oferta por nós? Não se entregou Ele de forma tão completa que não faria nenhuma interferência em Seu próprio favor, por menor que fosse, mas se deixaria ser preso e morto, uma vítima mansa e calada?  Seu silêncio não foi uma espécie de incapacitação do pecado? Nada pode ser dito para mitigar ou escusar a culpa humana; por isso, Aquele que suportou todo o peso dessa culpa permaneceu calado diante da Sua sentença. Não é o paciente silêncio a melhor resposta para um mundo em contradição? A serena resignação responde a algumas questões muitíssimo melhor do que a mais alta eloquência. Os melhores defensores do Cristianismo primitivo foram os seus mártires. A bigorna quebra inúmeros martelos ao receber silenciosamente os seus golpes. Não nos deu o silêncio do Cordeiro de Deus um grande exemplo de sabedoria? Onde cada palavra era ocasião para uma nova blasfêmia, foi o silêncio que deixou de dar combustível à chama do pecado. Os falsos e dissimulados, os vis e indignos logo irão se destruir e contrariar, por isso, aquele que é sincero pode permitir-se ficar calmo e encontrar no silêncio a sabedoria. É evidente que nosso Senhor, com Seu silêncio, deu notável cumprimento ao que foi predito. Uma ampla defesa de Si mesmo teria sido contrária à profecia de Isaías: “Como cordeiro foi levado ao matadouro; e, como ovelha muda perante os seus tosquiadores, ele não abriu a boca.” Com o seu silêncio Ele provou, de uma vez por todas, ser o verdadeiro Cordeiro de Deus. Como tal O saudamos nesta manhã. Sê conosco, Jesus, e no silêncio do nosso coração, ouçamos a voz do Teu amor.

Charles Haddon Spurgeon

Tradução: Mariza Regina de Souza

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