sexta-feira, 29 de agosto de 2014

29 de agosto - Devocional Matutina

“Compadece-te de mim, ó Deus” — Salmo 51:1
Quando o Dr. Carey estava sofrendo de uma doença grave, fizeram a ele a seguinte pergunta: “Se essa doença for fatal, que passagem o senhor escolheria para o sermão do ofício fúnebre?” Ele respondeu: “Ah, sinto que uma criatura tão indigna não merece ter nada dito sobre ela; mas se um sermão deve ser pregado no ofício fúnebre, que seja sobre estas palavras: “Compadece-te de mim, ó Deus, segundo a tua benignidade; e, segundo a multidão das tuas misericórdias, apaga as minhas transgressões”. Com esse mesmo espírito de humildade, ele pediu em seu testamento que nada mais fosse gravado em sua lápide além da seguinte inscrição:
William Carey, Nascido em 17 de agosto de 1761: Falecido ━
“Um pobre verme, miserável e impotente,
Em Teus braços bondosos me entrego”.
Só com base na livre graça, os santos mais experientes e honrados podem se aproximar do seu Deus. Os melhores homens, acima de tudo, são plenamente conscientes de que, na melhor das hipóteses, são apenas homens. Barcos vazios flutuam sobre a água, mas navios carregados e pesados ficam abaixo da superfície; meros catedráticos podem se vangloriar, mas os verdadeiros filhos de Deus clamam por misericórdia pela sua inutilidade. Precisamos que o Senhor tenha misericórdia das nossas boas obras, das nossas orações, das nossas pregações, da nossa caridade e das nossas coisas mais sagradas. O sangue não era aspergido só nos umbrais das casas de Israel, mas também no santuário, no propiciatório e no altar, pois quando o pecado se intromete nas nossas coisas mais sagradas é preciso o sangue de Jesus para purificá-las da profanação. Se os nossos deveres precisam de misericórdia, o que se dirá dos nossos pecados? Como é doce a lembrança da infinita misericórdia que aguarda para nos ser graciosa, para restaurar os nossos erros e alegrar os nossos ossos partidos!
Tradução: Mariza Regina de Souza

quinta-feira, 28 de agosto de 2014

28 de agosto - Devocional Matutina

“azeite para a luz” — Êxodo 25:6
Ó minh'alma, tu precisas muito desse azeite, pois tua lâmpada não ficará acesa por muito tempo sem ele. Teu pavio irá esfumaçar e se tornar uma pedra de tropeço se a luz se apagar, e se apagará se não tiver azeite. O azeite não brota naturalmente da tua natureza humana, por isso, terás de ir comprá-lo, ou terás de clamar, como as virgens néscias: “minha lâmpada está se apagando”. Até as lâmpadas consagradas não podem iluminar sem azeite; embora brilhem no tabernáculo, elas precisam ser alimentadas; embora nenhum vento forte as sopre, elas precisam ser supridas, e a tua necessidade é igualmente grande. Mesmo nas melhores circunstâncias, sem o óleo fresco concedido pela graça, não terás luz para a próxima hora.
Nem todo óleo podia ser utilizado no serviço do Senhor. O petróleo que emana em abundância da terra, o óleo de peixes ou aquele extraído das nozes não eram aceitos; somente um óleo foi selecionado, o puro azeite de oliva. A graça fingida da bondade natural, a graça fantasiosa das mãos dos sacerdotes, a graça imaginária dos rituais externos nunca poderão estar a serviço do verdadeiro santo de Deus; ele sabe que Deus não se agradaria mesmo com a abundância de tais óleos. Ele precisa ir à oliveira do Getsêmani e extrair seu suprimento dAquele que ali foi moído. O azeite da graça do evangelho é puro e sem resíduos, por isso, a luz alimentada por ele é clara e brilhante. Nossas igrejas são o candelabro de ouro do Senhor e, se devem ser luz neste mundo de trevas, precisam de muito azeite sagrado. Oremos por nós mesmos, pelos nossos ministros e pelas nossas igrejas, para que nunca nos falte o azeite para a luz. Verdade, santidade, alegria, conhecimento e amor, todos estes são feixes da luz sagrada, mas não podemos emiti-los a menos que, em particular, recebamos o óleo de Deus, o Espírito Santo.

Charles Spurgeon
Tradução: Mariza Regina de Souza

quarta-feira, 27 de agosto de 2014

27 de agosto - Devocional Vespertina

“Nas tuas mãos, entrego o meu espírito; tu me remiste, SENHOR, Deus da verdade” — Salmo 31:5
Estas palavras muitas vezes são usadas pelos santos na hora da morte. Talvez seja útil meditarmos nela neste dia. A principal preocupação de um crente fiel, tanto na vida como na morte, não é seu corpo ou seus bens, mas seu espírito; este é o seu tesouro — se ele está seguro, tudo está bem. O que é o estado mortal comparado à alma? O crente entrega sua alma nas mãos de Deus; ela provém Dele, é Dele, Ele a sustenta desde outrora, Ele é capaz de mantê-la e, nada mais justo de que Ele a receba. Todas as coisas estão em segurança nas mãos do Senhor; aquilo que confiamos a Ele estará seguro, tanto agora como naquele dia para o qual estamos caminhando. É um viver tranquilo e um morrer glorioso, descansar nos cuidados do céu. Em todo tempo devemos confiar tudo às mãos fieis de Jesus; assim sendo, embora a vida possa estar por um fio e as adversidades possam se multiplicar como a areia do mar, a nossa alma repousará na prosperidade e se deleitará em lugares quietos e tranquilos.
“Tu me remiste, SENHOR, Deus da verdade”. A redenção é base sólida para a confiança. Davi não conheceu o Calvário como nós conhecemos, mas a redenção temporal o animou. Não nos consolará ainda mais a redenção eterna? Os livramentos do passado são uma boa justificativa para o auxílio do presente. O que o Senhor já fez, Ele fará novamente, pois Ele não muda. Ele é fiel às Suas promessas e bondoso para com Seus santos; Ele não dará as costas ao Seu povo.
Ainda que me destruas, eu confiarei
Mesmo no pó, eu Te louvarei
Prove, e digo como provo
Teu indizível amor pelo teu povo.
Podes me corrigir e castigar
Mas nunca poderás me negligenciar
Pois o preço do resgate está pago
Em teu amor minha esperança eu trago.
Tradução: Mariza Regina de Souza

terça-feira, 26 de agosto de 2014

26 de agosto - Devocional Matutina

“estabeleceu para sempre a sua aliança” — Salmo 111:9

O povo do Senhor se deleita com a própria aliança. Para eles, é uma fonte de consolo à qual podem sempre recorrer, da mesma forma que ao Espírito que os leva à sala do banquete e agita sobre eles seu estandarte de amor. Eles se deleitam em contemplar a antiguidade dessa aliança, lembrando-se de que, antes mesmo da estrela da alva saber seu lugar, ou os planetas gravitarem, os interesses dos santos já estavam seguros em Cristo Jesus. É particularmente agradável a eles se lembrar da segurança dessa aliança, enquanto meditam nas fieis promessas feitas a Davi. Eles amam celebrá-la como uma aliança assinada, selada e ratificada, em todas as coisas bem ordenada. Com frequência, seu coração aumenta de alegria ao pensar na sua imutabilidade, uma aliança que nem o tempo nem a eternidade, nem a vida nem a morte, jamais serão capazes de violar — uma aliança tão antiga quanto a eternidade, tão duradoura quanto a Rocha eterna. Eles também se alegram ao se regalar na plenitude dessa aliança, pois veem todas as coisas que lhes foram preparadas. Deus é a sua porção, Cristo é a sua companhia, o Espírito é o seu Consolador, a terra é a sua residência e o céu é o seu lar. Eles veem nela uma herança reservada e inalienável para cada alma interessada na antiga escritura da dádiva eterna. Seus olhos brilharam ao compreender esse tesouro da Bíblia. Ah, como suas almas ficaram satisfeitas quando viram o que lhes foi legado no testamento e última vontade de seu parente divino! E, ainda mais prazeroso ao povo de Deus é contemplar a graciosidade dessa aliança. Eles veem que a lei não tem mais valor, pois era um pacto de obras e dependia de mérito, mas esta aliança é permanente, pois sua base é a graça, sua condição é a graça, sua força é a graça, seu baluarte é a graça, seu fundamento é a graça, sua pedra superior é a graça. A graça é um baú do tesouro, um celeiro de alimento, uma fonte de vida, a casa do tesouro da salvação, um tratado de paz e um refúgio de alegria.
Tradução: Mariza Regina de Souza

segunda-feira, 25 de agosto de 2014

25 de agosto - Devocional Matutina

“seu fruto é doce ao meu paladar” — Cantares 2:3

A fé, na Escritura, é descrita sob a perspectiva de todos os sentidos. Ela é vista: Olhai para mim e sede salvos”. É ouvida: ouvi, e a vossa alma viverá”. É sentida pelo aroma: Todas as tuas vestes recendem a mirra, aloés e cássia”; como ungüento derramado é o teu nome”. É percebida pelo toque espiritual. Por essa fé, a mulher se aproximou por trás de Jesus e tocou a orla das Suas vestes, e por ela podemos apalpar as boas coisas relativas ao Verbo da vida. A fé, igualmente, é o experimentar do Espírito. “Quão doces são as tuas palavras ao meu paladar! Mais que o mel à minha boca”. “Quem não come da minha carne”, disse Jesus, “e bebe do meu sangue, nele não há vida”.
Esse “experimentar” é uma das principais funções da fé. A primeira coisa realizada pela fé é o ouvir.  Nós ouvimos a voz de Deus, não só com o ouvido externo, mas com o ouvido interno; nós a ouvimos como Palavra de Deus, e cremos que seja assim, pois é o ouvir da fé. Em seguida, nossa mente enxerga a verdade que nos é apresentada; isto é, nós a entendemos, compreendemos seu significado; essa é a visão da fé. Depois, nós descobrimos a sua preciosidade; começamos a admirá-la, a sentir como é a sua fragrância; esse é o aroma da fé. E, então, nós nos apropriamos das misericórdias preparadas por Cristo para nós; esse é o toque da fé. Daí decorrem as alegrias, a paz, o deleite, a comunhão, esses são os sabores da fé. Qualquer uma dessas ações da fé é salvífica. Ouvir a voz de Cristo como a infalível voz de Deus à nossa alma nos salvará; mas o que dá verdadeira alegria é o aspecto da fé em que Cristo, pelo “experimentar” sagrado, é recebido em nós, e se torna, pela compreensão interna e espiritual da sua doçura e preciosidade, o alimento da nossa alma. É aí que “nos sentamos à sua sombra com grande deleite” e descobrimos como seu fruto é doce ao paladar.
Tradução: Mariza Regina de Souza

quinta-feira, 21 de agosto de 2014

21 de agosto - Devocional Matutina

“quem dá a beber será dessedentado” — Provérbios 11:25

Aqui aprendemos uma grande lição: para receber, precisamos dar; para acumular, precisamos distribuir; para sermos felizes, precisamos fazer os outros felizes; e, para nos tornarmos espiritualmente fortes, precisamos procurar o bem espiritual dos outros. Dando de beber aos outros, nós mesmos somos saciados. Como? Esforçando-nos para sermos úteis, fazendo vir à tona a nossa capacidade de ser útil. Temos talentos latentes e habilidades adormecidas, os quais são trazidos à luz pela prática. Enquanto não nos aventuramos a pelejar pelo Senhor ou a galgar as montanhas da dificuldade, nossa força para o labor é desconhecida, inclusive de nós mesmos. Enquanto não enxugamos as lágrimas da viúva ou aliviamos a dor dos órfãos, não sabemos como é doce a nossa compaixão. Com frequência, descobrimos que, quando procuramos ensinar os outros, nós mesmos somos instruídos. Ah, que lições preciosas alguns de nós têm aprendido no leito dos enfermos! Vamos até lá para ensinar as Escrituras e saímos com vergonha por conhecê-las tão pouco. Conversando com os santos em necessidade, aprendemos o melhor caminho de Deus para nós mesmos e adquirimos uma compreensão mais profunda da verdade divina. Assim, dar de beber aos outros nos torna humildes. Descobrimos quanta graça há onde não a procuramos e como os santos em necessidade podem nos superar em conhecimento. Quando servimos o próximo, a nossa própria consolação também aumenta. Nós nos esforçamos para animá-los e o consolo alegra o nosso próprio coração. Como dois homens na neve, um fricciona os membros do outro para não deixá-lo morrer, mantendo assim o próprio sangue em circulação e salvando a própria vida. A viúva pobre de Sarepta deu do pouco que tinha para suprir as necessidades do profeta e, daí por diante, nunca mais passou necessidade. “Dai, e dar-se-vos-á; boa medida, recalcada, sacudida, transbordante”.

Tradução: Mariza Regina de Souza

quarta-feira, 20 de agosto de 2014

19 de fevereiro - Devocional Vespertina

“Ele achou primeiro o seu próprio irmão, Simão.” — João 1:41

Este é um excelente exemplo dos casos em que a vida espiritual é eficaz. Tão logo uma pessoa tem um encontro com Cristo, ela passa a encontrar outras pessoas. Não vou acreditar que provaste a doçura do evangelho se não podes absorvê-lo por inteiro. A graça verdadeira põe fim a todo monopólio espiritual. André encontrou primeiro seu próprio irmão, Simão, e depois outras pessoas. Relacionamentos exigem muito de nossos primeiros esforços individuais. André, fizeste bem em começar com Simão. Não duvido que haja cristãos distribuindo folhetos nas casas dos outros e não estejam fazendo um bom trabalho distribuindo-os aos da sua própria casa — ou que alguns estejam engajados em trabalhos beneficentes no exterior e negligenciem o trabalho na esfera especial da sua própria casa. Tu podes, ou não, ser chamado a evangelizar pessoas em outros lugares, mas, com certeza, és chamado para cuidar dos teus próprios empregados, dos teus parentes e dos teus conhecidos. Que a tua religião comece em casa. Muitos comerciantes exportam seus melhores produtos — mas, não o cristão. Em qualquer lugar, sua conversa deve ter o melhor sabor; que ele tenha o cuidado de produzir o melhor fruto de vida espiritual e testemunho em sua própria família. Quando André saiu ao encontro do seu irmão, ele nem imaginava como Simão se tornaria importante. Pelo que podemos depreender da história sagrada, Simão Pedro valia dez Andrés, mas, mesmo assim, André foi providencial para levá-lo a Jesus. Talvez você não tenha muitos talentos, mas ainda assim pode ser o meio para levar a Cristo alguém que vai se tornar importante na graça e no trabalho. Ah! Caro amigo, você mal conhece o potencial que há em você. Você pode dizer apenas uma palavra a uma criança, mas talvez nela repouse um coração valioso que irá revolucionar a igreja cristã dos próximos anos. André tinha apenas dois talentos, mas ele encontrou Pedro. Vai tu e faze o mesmo.

Tradução: Mariza Regina de Souza