quinta-feira, 18 de abril de 2019

18 de abril - Devocional matutina


e ela atou o cordão de escarlata à janela (Josué 2.21)

A vida de Raabe dependia da promessa dos espias, a quem ela considerava representantes do Deus de Israel. Sua fé era simples e firme, mas muito obediente. O ato de amarrar o cordão escarlate na janela, em si mesmo, foi bastante bastante trivial, mas ela não ousou correr o risco de não fazê-lo. Ó minh’alma, não será esta uma lição para ti? Será que tens atentado à vontade de teu Senhor, mesmo que algumas de Suas ordens não pareçam essenciais? Tens observado as duas ordenanças de Deus para os crentes, o batismo e a Santa Ceia, da forma como Ele requer? Negligenciá-las é sinal de fria desobediência do coração. Doravante, sê inculpável em tudo, até mesmo em atar um cordão, se isso for uma ordem.
            A atitude de Raabe nos dá ainda uma lição mais solene. Será que tenho confiado no precioso sangue de Jesus sem nenhuma restrição? Será que tenho atado o cordão escarlate em minha janela como um nó górdio(1), de forma que minha confiança jamais seja abalada? Ou será que posso olhar o Mar Morto de meus pecados, ou a Jerusalém das minhas esperanças, sem ver o sangue e todas as coisas ligadas ao seu poder abençoador? Quando um cordão de cor tão chamativa é pendurado na janela, pode ser visto por todos que passam pela rua; será bom para mim que minha vida torne visível a eficácia da expiação de Cristo a todos que a vejam. O que há para se envergonhar? Que homens e demônios olhem se quiserem, o sangue é meu orgulho e minha canção. Ó minh’alma, existe Alguém que verá o cordão escarlate mesmo quando, pela fraqueza da fé, não puderes vê-lo: Yahweh, o Vingador, verá e passará sobre ti. Os muros de Jericó caíram, mas a casa de Raabe, que estava sobre o muro, permaneceu imóvel. Minha natureza faz parte dos muros da humanidade, no entanto, quando a destruição assolar a raça humana, eu estarei seguro. Minh’alma, ata de novo o cordão escarlate na janela, e descansa em paz.

Charles Spurgeon

Tradução: Mariza Regina de Souza

(1) Nó górdio
1 Hist. Nó que, segundo relato tradicional, prendia a carreta oferecida por Górdio, rei da Frígia, ao templo de Zeus, e que, segundo um oráculo, seria desatado por aquele destinado a ser o governante de toda a Ásia. [Conta-se que Alexandre, rei da Macedônia (s.IV a.C.), cortou o nó com sua espada, antes de invadir a Ásia.]
2 P.ext. Nó impossível de desatar.
3 Fig. Problema cuja solução é muito difícil, quase impossível; questão muito complicada, que exige habilidade, persistência.

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