quarta-feira, 10 de abril de 2019

10 de abril - Devocional matutina


Quando chegaram ao lugar chamado Calvário
(Lucas 23.33)

            A colina do consolo é a colina do Calvário; a casa da consolação é construída com a madeira da cruz; o templo da bênção celestial está alicerçado na rocha ferida ferida pela lança que penetrou o lado de Jesus. Nenhuma cena da história sagrada dá mais satisfação à alma do que a tragédia do Calvário.

Não é estranho que a hora mais negra
Que já raiou sobre a terra pecaminosa
Toque o coração com poder tão suave
E dê mais consolo que a alegria de um anjo?
Que os olhos cheios de lágrimas se voltem para a cruz
Mais rápido do que chega o brilho das estrelas de Belém?

            A luz brota na escuridão do meio-dia do Gólgota, e cada erva do campo floresce docemente sob a sombra do madeiro antes maldito. Naquele lugar de sede, a graça cavou uma fonte de onde brotam águas cristalinas, cada gota capaz de aliviar as tragédias da humanidade. Aquele que tem passado por tempos cheios de conflito confessará que não foi no monte das Oliveiras que encontrou consolo, nem no monte Sinai, nem no monte Tabor, mas no Getsêmani, Gabatá e Gólgota, estes têm sido seu meio de consolo. As ervas amargas do Getsêmani muitas vezes tiram o amargor da vida; o flagelo do Gabatá (Jo 19.13) com frequência tem banido as preocupações, e os gemidos do Calvário repelem todos os outros gemidos. Assim, o Calvário nos concede um consolo raro e precioso. Jamais teríamos conhecido o amor de Cristo em toda sua profundidade e altura (Rm 8.39), se Ele não tivesse morrido, nem poderíamos entender a profunda afeição do Pai, se Ele não tivesse entregue Seu Filho à morte. Todas as misericórdias comuns de que desfrutamos cantam esse amor; são como uma concha colocada ao ouvido, sussurrando as profundezas do mar de onde veio; mas, se desejamos ouvir o próprio oceano, não devemos olhar para as bênçãos cotidianas, e sim para aquilo que foi realizado na crucificação. Quem quiser conhecer o que é o amor deve retirar-se para o Calvário e ver o Homem de dores morrer (Is 53.3).

Charles Spurgeon

Tradução: Mariza Regina de Souza

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