segunda-feira, 24 de junho de 2013

24 de junho - Devocional Matutina


Ora, aconteceu que, ao dizer Jesus estas palavras, uma mulher, que estava entre a multidão, exclamou e disse-lhe: Bem-aventurada aquela que te concebeu, e os seios que te amamentaram! Ele, porém, respondeu: Antes, bem-aventurados são os que ouvem a palavra de Deus e a guardam! (Lucas 11:27-28)

Alguns gostam de imaginar que deve ter sido um privilégio muito especial para Maria ter sido a mãe de nosso Senhor, pois acham que ela teve a vantagem de conhecer o Seu coração de uma forma que não esperamos conhecer. Talvez isso pareça plausível, mas nem tanto. Não sabemos se ela sabia mais do que os outros; mas o que ela sabia, fez bem em guardar em seu coração; no entanto, daquilo que lemos nos evangelhos, ela não parece saber mais do que qualquer outro discípulo de Cristo. Tudo o que ela sabia nós também podemos saber. Gostaria de entender como podemos dizer isso? Eis uma prova: “A intimidade do SENHOR é para os que o temem, aos quais ele dará a conhecer a sua aliança.” Lembre-se das palavras do Mestre: “Já não vos chamo servos, porque o servo não sabe o que faz o seu senhor; mas tenho-vos chamado amigos, porque tudo quanto ouvi de meu Pai vos tenho dado a conhecer.” Assim, graciosamente o Divino Revelador nos diz os segredos do Seu coração, e não nos esconde aquilo que é para o nosso benefício, pois é Sua própria garantia: “Se assim não fora, eu vo-lo teria dito.” Acaso Ele Se manifesta a nós hoje como Se manifesta ao mundo? Nem por isso vamos gritar sem conhecimento: “Bem-aventurada aquela que te concebeu”, mas vamos, com discernimento, bendizer a Deus por, tendo ouvido e guardado a Palavra, primeiramente termos como certa a comunhão com o Salvador que a Virgem teve, e em segundo lugar, ter como certo o conhecimento dos segredos do Seu coração, como supõe-se que ela teve. Quanto privilégio, alma feliz!

Charles Haddon Spurgeon
Tradução: Mariza Regina de Souza

quinta-feira, 20 de junho de 2013

20 de junho - Devocional Matutina

Porque eis que darei ordens e sacudirei a casa de Israel entre todas as nações, assim como se sacode trigo no crivo, sem que caia na terra um só grão. (Amós 9:9)

Toda sacudida só acontece por ordem e permissão divina. Satanás teve de pedir licença antes de poder levantar um só dedo contra Jó. Mais ainda, em certo sentido nossas sacudidas são obras diretas do céu, pois o texto diz, “e sacudirei a casa de Israel”. Satanás, pode segurar a peneira, trabalhando como mouro na esperança de destruir o grão, mas a mão soberana do Mestre é que realiza a limpeza, pelo mesmo processo que o inimigo usou para destruí-lo. Amado, mas bem peneirado grão da eira do Senhor, sê consolado pela bênção do fato de ser o próprio Senhor que sacode e peneira para a Sua própria glória, e para o teu proveito eterno.
O Senhor Jesus certamente usará a pá em Sua mão, e separará o precioso do inútil. Nem todos em Israel são de Israel; a pilha no chão do celeiro não é pasto limpo, por isso, o processo de seleção deve ser realizado. Na peneira, só o verdadeiro peso tem valor. Cascas e farelo, sendo desprovidos de substância, devem voar com o vento, ficando apenas o grão sólido.
Note a total segurança do trigo do Senhor; mesmo o menor grãozinho tem a promessa de preservação. É o próprio Deus quem sacode; portanto, é um trabalho sério e tremendo; Ele sacode grãos de todos os lugares, “entre todas as nações”; Ele os sacode da maneira mais eficaz, “como se sacode trigo no crivo”; e apesar de tudo isso, nem mesmo o menor grãozinho, o mais levinho, ou mais mirradinho, Ele deixa cair no chão. Todo crente é precioso aos olhos do Senhor; da mesma forma que um pastor não perderia uma ovelha, nem um joalheiro um diamante, nem uma mãe uma criança, nem um homem um membro do seu corpo; Senhor não perderá um dos Seus redimidos. Portanto, por menor que sejamos, se somos do Senhor, podemos nos regozijar, pois somos preservados em Jesus Cristo.
Charles Haddon Spurgeon
Tradução: Mariza Regina de Souza

quarta-feira, 19 de junho de 2013

19 de junho - Devocional Matutina

Todos ficaram cheios do Espírito Santo” (Atos 2:4)

Ricas seriam as bênçãos deste dia se todos nós estivéssemos cheios do Espírito Santo. As consequências dessa bendita ação na alma seriam impossíveis de se avaliar. Vida, consolo, luz, pureza, poder, paz, e muitas outras bênçãos preciosas são inseparáveis da benigna presença do Espírito. Como óleo sagrado, Ele unge a cabeça do crente, separando-o para o sacerdócio dos santos, dando-lhe graça para realizar o seu ofício corretamente. Como a única água verdadeiramente purificadora, Ele nos livra do poder do pecado e nos purifica para a santificação, efetuando em nós tanto o querer quanto o realizar segundo a Sua boa vontade. Como luz, primeiramente Ele Se manifestou a nós quando ainda estávamos perdidos, e agora, Ele revela o Senhor Jesus Cristo a nós e em nós, e nos guia pelo caminho da justiça. Iluminados pelo autêntico brilho celestial, não andamos mais nas trevas, mas na luz do Senhor. Como fogo, Ele purifica a nossa alma da imundície, e faz arder a nossa natureza santificada. Ele é a chama sacrificial pela qual somos capazes de oferecer a alma inteira como sacrifício vivo diante de Deus. Como orvalho celestial, ele remove a nossa esterilidade e torna a nossa vida fecunda. Ó, que Ele desça sobre nós logo cedo! O orvalho da manhã deve ser um agradável começo para o dia. Como pomba, com asas de amor e paz, Ele paira sobre a Sua igreja e sobre a alma dos crentes, e como o Consolador Ele dissipa as preocupações e dúvidas que tiram a paz da Sua amada. Ele desce sobre os Seus eleitos como desceu sobre o Senhor no Jordão, e testifica sua filiação, pondo neles o espírito de adoção pelo qual clamam Aba, Pai. Como vento, Ele dá fôlego de vida aos homens, soprando onde Ele quer realizar a obra vivificante pela qual a criatura espiritual é animada e sustentada. Queira Deus que possamos sentir Sua presença neste dia e em todos os dias.

Charles Haddon Spurgeon

tradução: Mariza Regina de Souza

terça-feira, 18 de junho de 2013

18 de junho - Devocional Matutina

O Teu Redentor

(Porque o teu Criador é o teu marido; o SENHOR dos Exércitos é o seu nome; e o Santo de Israel é o teu Redentor; ele é chamado o Deus de toda a terra. Is. 54:5)

Jesus, o Redentor, é todo nosso e nosso para sempre. Todos os ofícios de Cristo são realizados em nosso benefício. Ele é rei por nós, sacerdote por nós, e profeta por nós. Sempre que aprendermos um novo título do Redentor, tenhamos a Jesus como nosso sob esse título, assim como sob os outros. O cajado do pastor, a vara do pai, a espada do capitão, a mitra do sacerdote, o cetro do príncipe, o manto do profeta, tudo é nosso. Jesus não tem nenhuma virtude que não seja empregada para nossa exaltação, e nenhuma prerrogativa que não exerça em nossa defesa. A plenitude da Sua Divindade é a nossa contínua e inesgotável casa do tesouro.

Sua humanidade também, a qual Ele tomou sobre Si por nós, é nossa em toda a sua perfeição. A nós, o nosso gracioso Senhor transmite a virtude impecável de um caráter imaculado; a nós, Ele dá a eficária meritória de uma vida consagrada; sobre nós Ele confere o prêmio conquistado pela submissão obediente e pelo trabalho incessante. Ele faz da veste imaculada da Sua vida a beleza que nos recobre; das virtudes reluzentes do Seu caráter as nossas jóias e ornamentos; e da mansidão sobre-humana da Sua morte a nossa ostentação e glória. Ele nos deixa como herança a Sua manjedoura, onde aprendemos como Deus veio ao homem; e a Sua Cruz, para nos ensinar como o homem pode ir a Deus. Todos os Seus pensamentos, emoções, ações, declarações, milagres e intercessões foram por nós. Ele trilhou o caminho da dor em nosso favor, e nos deu como Seu legado celestial o resultado completo do labor da Sua vida. Ele é tão nosso agora como antes; e não Se envergonha de Se identificar como “nosso Senhor Jesus Cristo”, embora seja a bendita e única Potestade, o Rei dos reis, o Senhor dos senhores. Cristo, em qualquer lugar e de qualquer forma, é o nosso Cristo, para sempre e sempre a mais rica alegria. Ó minha’lma, pelo poder do Espírito Santo, chama-O neste dia de “teu Redentor”!

Charles Haddon Spurgeon

Tradução: Mariza Regina de Souza

segunda-feira, 17 de junho de 2013

15 de junho - Devocional Matutina

E disse Sara: Deus me deu motivo de riso; e todo aquele que ouvir isso vai rir-se juntamente comigo. Gênesis 21:6

Era muito acima das forças da natureza, e até mesmo contrário às suas leis, que a idosa Sara pudesse ser honrada com um filho; e ainda contra todas as leis comuns que eu, um pobre, impotente e perdido pecador, pudesse encontrar a graça de ter em minha alma a habitação do Espírito do Senhor Jesus. Que eu, antes sem esperança, também pudesse, por minha própria natureza, seca, árida, estéril, e amaldiçoada como um imenso deserto, produzir frutos para santificação. Bem pode a minha boca se encher de riso pela graça singular e surpreendente que recebi do Senhor, pois encontrei Jesus, o descendente prometido, e Ele é meu para sempre. Neste dia, elevarei salmos de triunfo ao Senhor que Se lembrou da minha humilhação, pois "O meu coração se regozija no SENHOR, a minha força está exaltada no SENHOR; a minha boca se ri dos meus inimigos, porquanto me alegro na tua salvação”.

Quisera que todos aqueles que conhecem a minha grande libertação do inferno e minha bendita visitação do alto, rissem comigo de alegria. Quisera surpreender minha família com minha paz abundante; quisera deleitar meus amigos com minha crescente felicidade; quisera edificar a igreja com minhas gratas confissões; e até mesmo impactar o mundo com a alegria das minhas conversas diárias. Bunyan nos conta que Mercy se ria durante o sono, e não era à toa quando ela sonhava com Jesus; minha alegria não será menor que a dela enquanto meu Amado for o centro dos meus pensamentos diários. O Senhor Jesus é um mar profundo de alegria: minha alma mergulhará nele, será tragada pelas delícias da Sua companhia. Sara olhou para o seu Isaque, e riu-se de arrebatamento, e todos os seus amigos se riram com ela; e tu, minh’alma, olha para o teu Jesus, e diga aos céus e à terra que se unam à tua alegria indizível.

Charles Haddon Spurgeon

Tradução: Mariza Regina de Souza

sábado, 15 de junho de 2013

10 de maio - Devocional Matutina

Mas, de fato, Cristo ressuscitou dentre os mortos.
1 Co. 15:20


Todo o sistema do Cristianismo baseia-se no fato de que Cristo ressuscitou dentre os mortos; pois, se Cristo não ressuscitou, é vã a vossa fé, e ainda permaneceis nos vossos pecados. A prova mais forte da divindade de Cristo se encontra na Sua ressurreição, uma vez que Ele foi designado Filho de Deus com poder, segundo o espírito de santidade pela ressurreição dos mortos. Se Ele não tivesse ressuscitado, seria razoável duvidar da Sua Divindade. Além disso, a soberania de Cristo depende da Sua ressurreição, pois foi precisamente para esse fim que Cristo morreu e ressurgiu: para ser Senhor tanto de mortos como de vivos. E ainda, nossa justificação, esse privilégio bendito da aliança, está vinculada à vitória triunfal de Cristo sobre a morte e o túmulo; pois Ele foi entregue por causa das nossas transgressões e ressuscitou por causa da nossa justificação. E ainda mais, nossa própria regeneração está unida à Sua ressurreição, pois fomos regenerados para uma viva esperança, mediante a ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos. E certamente a nossa ressurreição final repousa nisso, pois se habita em vós o Espírito daquele que ressuscitou a Jesus dentre os mortos, esse mesmo que ressuscitou a Cristo Jesus dentre os mortos vivificará também o vosso corpo mortal, por meio do seu Espírito, que em vós habita. Se Cristo não ressuscitou, então nós não ressuscitaremos; mas, se Ele foi ressurreto, então, aqueles que dormem em Cristo não pereceram, mas certamente contemplarão a Deus em seus corpos. Assim, o fio dourado da ressurreição passa por todas as bênçãos do crente, desde a sua regeneração até a sua glória eterna, unindo-as. Como esse fato glorioso será importante para o crente, e como ele se regozijará, pois sem dúvida alguma está demonstrado que, “de fato, Cristo ressuscitou dentre os mortos.


A promessa foi cumprida
A obra da redenção consumada
O perdão com a justiça conciliado
Porque o Filho de Deus foi ressuscitado


Tradução: Mariza Regina de Souza

sexta-feira, 14 de junho de 2013

26 de abril - Devocional Matutina


Fazei isto em memória de mim
1 Co. 11:24


Parece, então, que os cristãos podem se esquecer de Cristo! Não haveria necessidade alguma dessa doce exortação se não houvesse a temível suposição de que a nossa memória pode se revelar traiçoeira. Nem é essa uma suposição infundada: é, infelizmente, bem confirmada pela nossa experiência, não como uma possibilidade, mas como um fato lamentável. Parece quase impossível que, aqueles uma vez redimidos pelo sangue do Cordeiro, e amados com amor infinito pelo eterno Filho de Deus, sejam capazes de se esquecer do bondoso Salvador; mas se isso é alarmante aos ouvidos, infelizmente, é ainda mais evidente aos olhos para que não neguemos o crime. Esquecer-nos de Quem nunca se esqueceu de nós! Esquecer-nos de Quem derramou Seu sangue pelos nossos pecados! Esquecer-nos de Quem nos amou até a morte! Será possível? Sim, não somente é possível, mas também a nossa consciência confessa que essa é uma falha muito triste de todos nós, que permitimos a Ele ser como um viajante hospedado só por uma noite. Ele, a quem deveríamos receber como residente permanente em nossa memória, nela é apenas um visitante. A cruz, onde se julgava que a memória pudesse perdurar, e a negligência fosse uma intrusa desconhecida, é profanada pelos pés do esquecimento. Sua consciência não lhe diz que isso é verdade? Você não se encontra esquecido de Jesus? Alguma criatura rouba seu coração, e você se esquece daquele a quem deve dar sua afeição. Algum assunto terreno atrai sua atenção, quando você deveria fixar firmemente os olhos na cruz. É o incessante tumulto do mundo, a constante atração das coisas terrenas, que afastam a alma de Cristo. Embora a memória cuide muito bem das ervas daninhas, ela faz a Rosa de Sarom fenecer. Coloquemos um bilhetinho celestial no nosso coração com o nome de Jesus, o nosso Amado e, seja qual for o nosso deslize, permaneçamos firmes nEle.


tradução: Mariza Regina de Souza