Ora,
aconteceu que, ao dizer Jesus estas palavras, uma mulher, que estava
entre a multidão, exclamou e disse-lhe: Bem-aventurada aquela que te
concebeu, e os seios que te amamentaram! Ele, porém, respondeu: Antes,
bem-aventurados são os que ouvem a palavra de Deus e a guardam! (Lucas 11:27-28)
Alguns
gostam de imaginar que deve ter sido um privilégio muito especial para
Maria ter sido a mãe de nosso Senhor, pois acham que ela teve a vantagem
de conhecer o Seu coração de uma forma que não esperamos conhecer.
Talvez isso pareça plausível, mas nem tanto. Não sabemos se ela sabia
mais do que os outros; mas o que ela sabia, fez bem em guardar em seu
coração; no entanto, daquilo que lemos nos evangelhos, ela não parece
saber mais do que qualquer outro discípulo de Cristo. Tudo o que ela
sabia nós também podemos saber. Gostaria de entender como podemos dizer
isso? Eis uma prova: “A intimidade do SENHOR é para os que o temem, aos
quais ele dará a conhecer a sua aliança.” Lembre-se das palavras do
Mestre: “Já não vos chamo servos, porque o servo não sabe o que faz o
seu senhor; mas tenho-vos chamado amigos, porque tudo quanto ouvi de meu
Pai vos tenho dado a conhecer.” Assim, graciosamente o Divino Revelador
nos diz os segredos do Seu coração, e não nos esconde aquilo que é para
o nosso benefício, pois é Sua própria garantia: “Se assim não fora, eu
vo-lo teria dito.” Acaso Ele Se manifesta a nós hoje como Se manifesta
ao mundo? Nem por isso vamos gritar sem conhecimento: “Bem-aventurada
aquela que te concebeu”, mas vamos, com discernimento, bendizer a Deus
por, tendo ouvido e guardado a Palavra, primeiramente termos como certa a
comunhão com o Salvador que a Virgem teve, e em segundo lugar, ter como
certo o conhecimento dos segredos do Seu coração, como supõe-se que ela
teve. Quanto privilégio, alma feliz!
Charles Haddon Spurgeon
Tradução: Mariza Regina de Souza
Charles Haddon Spurgeon
Tradução: Mariza Regina de Souza
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